2019 ao quadrado

A quarta temporada do blog "Comentarista Ao Quadrado" está encerrada e, com muita satisfação, apresento o resultado final de 2019:


Parabéns aos grandes "campeões" da temporada!!! Eles que nos brindaram com tantas frases magníficas, como as mostradas a seguir:

"Os onze do Palmeiras são melhores que os outros onze"

"O Brasileirão será do Palmeiras. Volta mata-mata!"

"Em Dezembro a massa cruzmaltina comemorará a quarta queda para a segunda divisão"

Vejam a classificação geral após 4 temporadas:



E finalmente o quadro de medalhas:



Que em 2020 possamos todos estar juntos por mais um ano, desfrutando ao máximo de todo o "conhecimento" dos comentaristas e, principalmente, nos divertindo "ao quadrado". Até mais...

Obrigado.

Comentarista pequeno


"Tiago Nunes preferiu o Corinthians, time gigante"

O comentarista escreveu um artigo "explicando" porque Tiago Nunes preferiu ir para o Corinthians ao invés de continuar treinando o Athletico Paranaense, segundo ele o treinador preferiu o Corinthians porque ele é: "time gigante" e afinal de contas: "todo mundo quer dirigir um gigante como o Corinthians". Simples assim?

Claro que não... os comentaristas cobram profissionalismo dos dirigentes mas são absolutamente amadores! Analisam o futebol com a mesma maturidade de um adolescente do colégio. Time gigante, clube do coração, torcida fanática e outros termos comumente usados pelos comentaristas tem (obviamente) o seu valor, mas não da forma e com o peso que eles acreditam ter.

Neste caso em particular é fácil perceber (parece que apenas o comentarista não percebe) que o novo técnico do time paulista não fez a sua escolha simplesmente porque esta indo para um "gigante". Se assim fosse, por que o treinador receberá 850 mil no Corinthians, se recebia apenas 200 mil no Athletico? Se, como o comentarista escreveu: "todo mundo quer dirigir um gigante como o Corinthians", não seria então esperado que o treinador aceitasse um salário mais próximo do que recebia em seu ex-clube? Será que os dirigentes do "gigante" são tão ruins assim em negociação? Ou é o comentarista que acha que treinadores e jogadores ainda estão escolhendo os times como se estivessem tirando "par ou ímpar" no colégio?

Pior do continente


"Me rendo ao maior do continente... por enquanto, porque logo mais tem o mundial, viu?"

E os comentaristas seguem se superando! Neste artigo o comentarista falou sobre a conquista da Copa Libertadores pelo Flamengo... depois de "dar o braço a torcer" e elogiar o time carioca e o técnico Jesus (já que ele sempre foi extremamente crítico de ambos), ele escreveu: "me rendo ao maior do continente...". Teria sido ótimo se tivesse encerrado o seu artigo aí...

Mas ao contrário disso, acrescentou: "maior do continente... por enquanto, porque logo mais tem o mundial, viu?"

Agora me responda uma coisa: o que uma vitória ou derrota no mundial muda no fato do Flamengo ser o "maior do continente"? Ganhar ou perder para o melhor time da Europa altera o "status" dele no continente sul-americano?!?

É de doer...

Já caiu... SQN


"Em Dezembro a massa cruzmaltina comemorará a quarta queda para a segunda divisão."


"Ouvir Vanderlei Luxemburgo se vangloriar de classificação para a copa Sul-Americana como se o Vasco fosse um clube médio"
Blog do Juca Kfouri (08/12/19)

Em Maio deste ano, logo após o anúncio da contratação do técnico Vanderlei Luxemburgo pelo Vasco, o comentarista "profetizou" que no final do ano a equipe carioca sofreria: "a quarta queda para a segunda divisão". Como ele tinha certeza disso? Bola de cristal? Jogo de búzios? Cartomante? Nada disso... para o comentarista, crítico de carterinha do Luxemburgo, a simples presença do novo técnico era certeza de rebaixamento.

Exatos 7 meses depois, a profecia não se concretizou, muito pelo contrário, o Vasco acabou o campeonato 13 pontos acima da zona de rebaixamento, mais próximo até da classificação para a Copa Libertadores (7 pontos). Quem achou que o comentarista fosse "dar o braço a torcer" e, quem sabe, até parabenizar o técnico pela recuperação, se enganou redondamente. O comentarista, sabe-tudo, menosprezou a classificação do Vasco para a Copa Sul-Americana, simplesmente ignorando a sua previsão furada do início do ano.

Negócio da China


"Os onze do Palmeiras são melhores que os outros onze"

O ano estava apenas começando e o comentarista estava em êxtase com o fato do Palmeiras ter conseguido segurar o jogador Bruno Henrique que tinha uma proposta da China. Ele comemorou escrevendo: "Palmeiras faz novo negócio da China"... será que a análise dele estava correta?

Não! Sabe por que? Porque não existia análise nenhuma! O próprio comentarista confessou que não fazia a menor ideia de quanto foi oferecido ao jogador que, segundo ele: "tinha oferta de 1,7 milhões por mês" lá na China. Ué... se ele não tem os detalhes da negociação, como ele sabe que o Palmeiras fez um bom negócio?

Achômetro!!!

Segundo o raciocínio do comentarista, não faz a menor diferença quanto foi ou será pago, o importante é que o Palmeiras: "está preparado" e que não adianta vir com: "o velho clichê de onze contra onze" porque: "os onze do Palmeiras são melhores que os outros onze". No mundo imaginário dele, a vida de dirigente é muito fácil, a de comentarista então... nem se fala!

Mas no mundo real...

O time que tinha os onze melhores jogadores acabou sendo eliminado do Campeonato Paulista pelo São Paulo, da Copa do Brasil pelo Internacional, da Copa Libertadores pelo Grêmio e ficou em terceiro no Campeonato Brasileiro atrás de Flamengo e Santos. E mais: o clube que não precisava se preocupar com as finanças anunciou que acumula em 2019, até agora, um déficit de 36 milhões!

Por que será que os comentaristas não recebem propostas da China?

Chato-chato


"O Brasileirão será do Palmeiras. Volta mata-mata!"


"A CBF já pode entregar a taça lá na Gávea. Volta mata-mata!"
Blog do Milton Neves (10/10/19)

Era Maio de 2019, o comentarista e futurólogo de plantão, já decretava o fim do Campeonato Brasileiro... ele escreveu: "o Brasileirão deste ano já está decidido". Estávamos apenas na SEXTA rodada do campeonato e o "Pelé" dos comentaristas afirmou que: "o Brasileirão será do Palmeiras" e previu que o time alviverde seria campeão: "com 10 jogos de antecedência!!!". Neste dia, faltando ainda 85% do campeonato a ser disputado, ele iniciou a sua ladainha: "volta mata-mata".

Depois disso, tivemos jogos sensacionais... a maior média de público do século... o Palmeiras não foi o que se esperava dele... veio a virada genial do Flamengo... e o resto é história...

Mas tivemos que aguentar a lenga-lenga do comentarista por quase SETE MESES!!! Volta mata-mata, volta mata-mata, volta mata-mata... chato demais... neste meio tempo ele apenas trocou o "pode entregar a taça para o Palmeiras" pelo "pode entregar a taça para o Flamengo". Ridículo!

Você já imaginou se a proposta esdrúxula do comentarista fosse realmente acatada? Teríamos um mata-mata decisivo entre o Flamengo (com 90 pontos) e o Corinthians (com 56 pontos), ou seja, o Flamengo poderia ser eliminado do campeonato por um time que tem TRINTA E QUATRO pontos a menos. Que ideia genial!

É muito chato-chato...

VAR x Comentaristas


"Verdão leva nocaute do apito em Porto Alegre"


"Se eu fosse o árbitro, eu teria dado o gol"

Na partida Internacional 1 x 1 Palmeiras do Campeonato Brasileiro, o clube paulista teve o segundo gol anulado com ajuda do VAR porque a bola tocou levemente na mão do atacante palmeirense, após o mesmo ter sofrido falta do jogador do Internacional. Alguns comentaristas acharam que o Palmeiras foi prejudicado. Eles estavam certos? O lance é mesmo polêmico?

Nem uma coisa nem outra...

Apesar de curioso, o lance é simples: no momento que o defensor do Internacional comete a falta no atacante do Palmeiras o árbitro aplicou a lei da vantagem e deixou o jogo seguir, na sequência da jogada, como a bola bateu na mão do palmeirense, de acordo com a regra nova, o gol tinha mesmo que ser anulado e a partida deveria ter sido recomeçada com a falta para o Palmeiras cobrar, uma vez que a vantagem não se concretizou. A falta não foi assinalada e acabou sendo a única falha do árbitro, que não pôde ser corrigida pelo VAR, uma vez que o protocolo não prevê correções neste tipo de lance.

E os comentaristas?

O primeiro criticou o VAR dizendo que o Palmeiras tomou um: "nocaute do apito" e encerrou de modo extremamente irresponsável dizendo que: "não é possível que em todas as rodadas o Mengo seja o melhor amigo possível do VAR". Através de um ataque sem razão, acabou cometendo um desserviço para a credibilidade do campeonato. Um horror.

O segundo, mais ponderado, citou a mudança da lei e, com ironia, disse que: "pela nova regra de pelada" o gol teria mesmo que ser invalidado. Porém, na hora de "tirar um 10", o comentarista citou um tal: "princípio básico da regra do jogo de jamais beneficiar o infrator" que deveria ter sido usado para: "interpretar como vantagem concedida até o gol". Para encerrar afirmou: "se eu fosse o árbitro, eu teria dado o gol".

Após uma análise desta, se ele fosse mesmo o árbitro, talvez tivesse feito pior: teria comemorado o gol!!!

Tragédia de artigo


"A arquibancada do Morumbi é um convite à tragédia"

O comentarista escreveu um artigo logo após o acidente com o torcedor do São Paulo que caiu da arquibancada do Morumbi na partida São Paulo 0 x 0 Grêmio. Ele afirma que: "a arquibancada do Morumbi é um convite à tragédia" e que a solução mais adequada seria: "por tudo abaixo e começar do zero". O seu artigo faz sentido?

Não... o comentarista não tem conhecimento sobre este assunto e deveria ter buscado mais informações sobre a segurança no local, consultado especialistas e, principalmente, conversado com as pessoas responsáveis pelo estádio, antes de sair escrevendo a sua opinião sobre algo tão complexo e delicado. Quais foram as circunstâncias do acidente? Por que a vítima estava sobre o parapeito que protege a arquibancada? Algo pode ser feito para evitar situações como esta? Trazer respostas a estas perguntas seria muito mais produtivo do que cogitar a demolição do maior estádio particular do Brasil, mesmo porque, o Morumbi foi tombado pelo patrimônio histórico recentemente e não pode ser "colocado abaixo" como sonha o comentarista.

Inexplicável


"Não existe a menor chance de o time comandado por Renato Gaúcho reverter a vantagem conquistada pelo Alviverde"

Poucas horas antes da partida decisiva entre o Palmeiras e o Grêmio pela Copa Libertadores, o comentarista "especialista" em futebol, profetizou: "Palmeiras apenas cumprirá tabela contra o Grêmio!", porque segundo ele: "não existe a menor chance de o time comandado por Renato Gaúcho reverter a vantagem conquistada pelo Alviverde". Não é genial o seu conhecimento sobre o esporte?

Que o Grêmio ganhou a partida por 2 x 1 e eliminou o palmeiras todos nós sabemos, agora o que a gente gostaria mesmo de saber é:

1. Como pode um comentarista com "trocentos" anos de experiência escrever esta barbaridade?

2. Como pode uma pessoa que escreve com frequência barbaridades como esta, ter milhões de seguidores em rede social?

Inexplicável...

O silêncio do inocente (parte 2)


"..."
Blog do Juca Kfouri (07/08/19)

06/08/19, cerca de 45 mil pessoas pagaram ingresso para assistir a apresentação do jogador Daniel Alves no Morumbi. Foi a maior festa de apresentação de um jogador de futebol no Brasil, tivemos a presença dos ídolos são paulinos Hernandes, Kaká e Luis Fabiano; mensagens dos craques Messi e Suárez e show de fogos de artifício. Um momento emocionante que entra para a história do futebol do Brasil e do mundo.

07/08/19, todos os principais blogs de futebol do Brasil noticiaram, com razão, o grande e inesquecível evento, apenas um se absteve de qualquer comentário à respeito: o Blog do Juca Kfouri, um dos mais ativos do futebol brasileiro.

Justamente o blog do comentarista corintiano que se gaba por ser totalmente imparcial...

Coincidência, é claro...


Não foi a primeira vez que isto acontece (veja o artigo O silêncio do inocente (parte1)) e provavelmente não será a última...

Sabe não


"Quanta emoção... na quinta rodada já sabemos que o Verdão será campeão"

18 de Maio, a quinta rodada do campeonato brasileiro acabava de ser encerrada, o Palmeiras liderava a tabela com 4 vitórias, um empate e nenhuma derrota. Pronto... já foi o suficiente para o comentarista, e vidente de plantão, afirmar: "já sabemos que o Verdão será campeão". Esperar as outras 33 rodadas pra que, não é mesmo? O que poderia acontecer de importante nos 99 pontos que faltavam se o Palmeiras já tinha aberto uma vantagem "incrível" de 3 pontos, certo?

Errado... é lógico, erradíssimo.

O comentarista, que aproveitou para escrever: "ah, esses malditos pontos corridos", não muda mesmo. Ao invés de valorizar o maior e mais importante torneio brasileiro fica, ano após ano, repetindo o seu "mantra" contra a fórmula de disputa do campeonato e pedindo a volta do ridículo regulamento que obrigava o melhor colocado do campeonato (o legítimo campeão, na verdade) a fazer um mata-mata com o oitavo colocado, que normalmente tinha cerca de 25 pontos a menos. Um absurdo que só existia no Brasil, como você pode ver no artigo: Que lixo!.

Quanto ao campeonato deste ano, nem foi preciso esperar tanto, sete rodadas depois e o Palmeiras já perdeu a liderança para o Santos e tem o Flamengo em sua cola. Pelo jeito o comentarista, que também é um grande "pé-frio", será "forçado" a ter ainda muita emoção até o final do ano.

Eu poderia dizer


"Poderia dizer que o primeiro gol saiu de um chute errado e o segundo veio de uma bobagem do goleiro"

O comentarista escreveu seu artigo logo após o sensacional jogo Grêmio 4 x 5 Fluminense, onde a equipe carioca conseguiu a incrível vitória após estar perdendo, fora de casa, por 3 gols de diferença. O comentarista, que é o maior crítico do técnico do Fluminense, escreveu: "poderia dizer que o primeiro gol saiu de um chute errado e o segundo veio de uma bobagem do goleiro" e acrescentou "parabéns, Fernando Diniz". O que significa tudo isso?

Ao elogiar ou criticar um técnico, o raciocínio do comentarista é extremamente simplório: "o resultado é o que importa". O time ganhou? Então o técnico é bom! O time perdeu? O técnico não presta... mandem embora. Ponto final. Não existe mais nenhuma outra análise para ser feita. Esqueça elencos, orçamentos, situações de jogo, desfalques, fatores extra campo, falhas dos jogadores, erros dos árbitros, sorte ou azar... esqueça tudo. Quando o técnico é bom? Quando o time dele ganha! Fácil...

Deste jeito, fácil mesmo é ser comentarista! Aliás... para que comentarista?!? Para ficar apontando os "culpados" pela derrota e alternando suas "análises" na mesma velocidade das vitórias e derrotas dos times?

Pior ainda foi o fingimento do comentarista ao escrever: "poderia dizer que o primeiro gol saiu de um chute errado e o segundo veio de uma bobagem do goleiro". Poderia dizer?!? Na verdade, ele DISSE mesmo... disfarçado... mas disse.

Eu também "poderia dizer" que o comentarista tem uma birra com o Fernando Diniz... uma teimosia, uma má vontade, um mau humor... mas também não vou dizer.

Você é o culpado!


"A culpa não poderá ser colocada na conta da Pia"

O comentarista escreve em seu artigo que a nova técnica da seleção brasileira de futebol feminino, Pia Sundhage: "é um desafio para jogadoras e jornalistas" porque, segundo ele, antes dela: "toda decadência do futebol feminino era colocada nas costas do Vadão" e que a partir de agora: "não tem desculpa mais ... a culpa não poderá ser colocada na conta da Pia". Podemos fazer algumas reflexões sobre o seu texto.

É impressionante como o comentarista sempre quer "achar um culpado" para tudo! Uma hora é o goleiro que falhou ou então o atacante que perdeu o gol, outra hora o "culpado" é eleito por razões bem mais subjetivas, como por exemplo, o técnico que escalou o fulano ao invés do ciclano ou que, supostamente, mandou o time recuar ao invés de atacar (ou o contrário), ou então a estrela do time que "não jogou tudo que podia jogar". Tudo besteira. O futebol é um esporte coletivo... são 11 + 3 (substituições) jogadores de cada lado, mais os técnicos, auxiliares, preparadores, médicos, massagistas, etc. Fora este "exército" de pessoas, temos ainda a influência dos juízes e a pressão da torcida, jornalistas, dirigentes, empresários, família, COMENTARISTAS, etc. Com tantas variáveis envolvidas... com tanta imprecisão, com tanta incerteza... aparece o comentarista, dono absoluto da verdade e aponta um "culpado" para a derrota. Parabéns!

Agora, com a contratação da treinadora sueca, o comentarista afirma que vai ter que encontrar outro "culpado". Curioso... quer dizer que o fato da nova técnica ser bicampeã olímpica impede a mesma de ser eleita a "culpada" do dia?!? Qual é a lógica? Seguindo este raciocínio, ele nunca poderia "culpar" o multi-campeão Tite pelas derrotas da seleção, correto? Mas ele o faz... e com frequência.

Comentaristas na mesma linha


"A Chape chegou a fazer um gol legal que o VAR anulou"


"A Chape fez um gol anulado pelo VAR numa mesma linha das mais mesmas linhas que já vi"

Na partida São Paulo 4 x 0 Chapecoense, quando a partida já estava 3 a 0 para o time da casa, a Chapecoense fez um gol mas o bandeirinha marcou impedimento que, à primeira vista, parecia óbvio. A TV, no entanto, mostrou que o lance era bem difícil e, depois de um tempo, o VAR confirmou a marcação do bandeirinha e o gol foi mesmo anulado. Os dois comentaristas escreveram em seus artigos que o VAR errou. Eles estão certos?

Não, eles estão equivocados... o VAR acertou.

Com certeza eles basearam suas opiniões na imagem mostrada pela Globo e na fala do comentarista de arbitragem da emissora (que também se equivocou).



Primeiro apenas uma observação:

Lembremos que a imagem foi gerada pela Globo (não pelos árbitros de vídeo) e, por ser uma imagem estática, não podemos ter certeza se este é o exato momento em que o jogador da Chapecoense, que fez o passe, toca na bola. Como os jogadores estavam em movimento rápido (os do São Paulo saindo e os da Chapecoense entrando), qualquer fração de segundo pode alterar significadamente a situação. Existe a possibilidade do VAR ter feito a análise sobre uma foto com a posição dos jogadores sutilmente diferentes.

Agora o mais importante:

Dois fatores contribuíram para que esta imagem desse a falsa impressão que o tronco do jogador da Chapecoense está na mesma linha do pé do jogador do São Paulo:

1. A linha amarela foi desenhada muito grossa
2. O tronco do jogador da Chapecoense está muito mais alto do que o pé do jogador do São Paulo

Na verdade, o tronco do jogador está no início da linha e o pé está no final da mesma, praticamente fora dela. A diferença é pequena, mas o jogador estava mesmo impedido.

Só comenta quem erra


"Só bate quem erra (sic)"

O comentarista fez um artigo respondendo à seguinte pergunta: "Dudu ou Diego? Quem errou mais?". Dudu, atacante do Palmeiras, não bateu o pênalti e o seu time foi eliminado pelo Internacional, Diego, jogador do Flamengo, bateu mas errou e o seu clube também acabou eliminado pelo Atlético Paranaense. Depois de uma "análise científica" ele chegou a seguinte conclusão: quem errou mais foi Diego... e criticou o jogador de modo contundente: "este erro merece uma CPI interna". A "análise" do comentarista está certa?

Ao comentar os erros dos jogadores, o comentarista sempre usa um argumento absolutamente tolo, na sua visão distorcida da realidade, os jogadores ganham "milhões" então eles não podem errar, ponto. Muito interessante e conveniente este raciocínio, especialmente quando lembramos que o comentarista (segundo ele mesmo) jogou futebol diariamente dos 5 aos 15 anos e nunca foi o penúltimo a ser escolhido, ou seja, apesar de tentar muito, sempre foi péssimo no esporte. Será que ele tem inveja porque os jogadores profissionais são muuuuuito melhores que ele ou porque eles ganham muuuuuito mais? Sei lá... o fato é que ele esquece que o jogador por melhor que seja, é um ser humano e não uma máquina, não é perfeito, existe a questão emocional, nervosismo, do outro lado (adversário) tem um profissional que também ganha "milhões", enfim... ele erra, queira o comentarista ou não.

Mas o pior ficou mesmo para o final... o comentarista termina o seu texto, no qual critica os erros dos outros, escrevendo errado a velha máxima do futebol...

Ele escreveu: "Não venha com esta historinha de "só bate quem erra"" ao invés de "só erra quem bate".

Ah, esqueci que ele não ganha milhões né? Então pode errar à vontade...

Crítica burra


"A economia burra da utilização da mesma estrutura dos anos 70"

O comentarista critica o dinheiro gasto pelo São Paulo na modernização da iluminação do Morumbi. Os antigos refletores foram trocados ao custo de 2,8 milhões, por modelos mais modernos de LED fabricados pela Phillips, com maior capacidade de iluminação (maior do continente) e mesmo assim muito mais econômicos. Ele afirma que o clube: "investiu mal", não por conta do material utilizado, mas por conta: "da colocação em locais inadequados" e ataca: "a economia burra da utilização da mesma estrutura dos anos 70". Será que o comentarista agiu corretamente?

Não... o desejo de falar mal da direção do clube é muito maior do que a vontade de investigar e informar. Vejam alguns pontos importantes:

1) O artigo é baseado em "achismo". Nenhum especialista foi procurado para dar uma opinião sobre o assunto.

2) Antes de criticar a troca da iluminação ele deveria buscar informações no clube procurando entender melhor as características do projeto, como ele é bom para o clube, porque foi feito desta maneira, quais seriam as vantagens e desvantagens de se fazer de outro modo, enfim, o básico do jornalismo: ouvir o outro lado.

3) Ele critica o uso da estrutura antiga mas logo em seguida cai em contradição ao questionar se o Morumbi, de fato, teria um local mais apropriado para colocação da nova estrutura: "sem arcar com custos relevantes". Afinal, usar a estrutura antiga foi uma economia burra ou, apesar de não ideal, foi o melhor que podia ser feito? Se o clube tivesse gasto uma fortuna para fazer uma nova estrutura, provavelmente ele estaria criticando o gasto excessivo com este item ao invés de usar a estrutura já existente.

Comentarista de outro mundo


"Houve uma falha de marcação e não um fator sobrenatural"

O comentarista escreveu um artigo criticando a declaração do técnico Cuca do São Paulo que disse que o gol de empate do Palmeiras "foi espírita" e que "a iluminação do Morumbi atrapalhou" o goleiro Volpi. Segundo o comentarista isto é: "desculpa esfarrapada" e que "houve uma falha de marcação e não um fator sobrenatural". Faz sentido?

Não. O comentarista está equivocado por dois motivos:

1. Quando o Cuca diz "gol espírita" ele não quer dizer que aconteceu algo "sobrenatural" como pensa o comentarista. A expressão "gol espírita" é usada no futebol "desde sempre" para descrever um gol marcado de forma inusitada, sem querer, "por acidente". Em que mundo o comentarista vive?

2. O gol aconteceu em um lance de extrema sorte do atacante... o chute foi bloqueado pela defesa mas a bola apesar de ter sua trajetória totalmente alterada, foi para muito alto e, caprichosamente, bateu no travessão, nas costas do goleiro e entrou no gol. Ótimo exemplo de "Gol espírita". Colocar a culpa na: "falha de marcação da defesa" mostra que o comentarista nunca praticou um esporte coletivo na vida ou veio de "outro mundo". Será que ele acha que o Dudu "encarnou" o Rui Chapéu e fez o gol no melhor estilo do exímio jogador de sinuca, fazendo a bola bater em vários obstáculos antes de entrar na "caçapa" cantada previamente?

Comentarista deu mole


"Os moles que o Grêmio deu para o Fluminense"

O comentarista escreveu um artigo sobre o sensacional jogo Grêmio 4 x 5 Fluminense, válido pela terceira rodada do campeonato brasileiro. Se você acha que ele escreveu para exaltar a enorme perseverança do Fluminense, que conseguiu reverter uma derrota parcial por 3 gols de diferença, fora de casa, contra uma equipe forte como o Grêmio, se enganou... muito pelo contrário, em seu texto o comentarista desvaloriza a conquista do time carioca, listando: "os moles que o Grêmio deu para o Fluminense", ou seja, o comentarista passa a impressão de que não foi o Fluminense que venceu e sim o Grêmio que perdeu...

O comentarista está equivocado...

Ele chama de "moles" do Grêmio coisas como: "faltou eficiência nos desarmes", "em cobrança de falta ninguém marcou Luciano", "a defesa se preocupou com a bola e não marcou Yony", "no final do jogo outro erro de marcação", etc. Tudo besteira... a grande maioria dos gols acontecem por falhas da marcação do adversário, muito parecidas com estas que ele chama de "moles". Isto vale para os dois lados. Por que ele não faz uma lista dos "moles" que o Fluminense deu para o Grêmio?

O fato é que o placar elástico ainda no primeiro tempo traz um relaxamento natural, uma sensação de jogo ganho... o Fluminense, ao contrário do que normalmente acontece, não se entregou e acabou conquistando uma linda vitória, de muita superação.

Será que ele também vai fazer uma lista dos "moles" que o Barcelona deu para o Liverpool, ou então que o Ajax deu para o Tottenham?

Comentarista assistente de vídeo


"O VAR não tinha o direito de corrigir o pênalti mal marcado contra o São Paulo."



"Estamos conseguindo desmoralizar a ferramenta que deveria deixar tudo mais transparente"

No primeiro jogo da semi-final do campeonato paulista, São Paulo 0 x 0 Palmeiras, a grande polêmica foi a desmarcação do pênalti para o Palmeiras após a ajuda do assistente de vídeo. O árbitro achou que o atacante do Palmeiras foi empurrado pelo defensor do São Paulo mas o VAR achou que não. O que fazer nestes casos? O VAR deve avisar o árbitro ou ele não deve interferir? Vamos perguntar para os comentaristas? Acho melhor não...

Vejam só, os dois comentaristas concordam que não foi pênalti mas ambos acham que o VAR não poderia ter interferido na marcação errada do mesmo! Como assim? O VAR não foi criado para corrigir os pênaltis mal assinalados?

O primeiro comentarista tem tanta certeza que: "o VAR não tinha direito de corrigir o pênalti mal marcado" que critica duramente a FPF dizendo que: "VAR caótico da Federação Paulista prejudicou o Palmeiras de novo". Segundo ele, a cartilha da Federação Paulista de Futebol diz que o VAR: "só deve entrar em ação caso se note ou suspeite de erro claro e óbvio".

O segundo comentarista acha que o VAR não poderia interferir porque (pasmem): "o árbitro pareceu convicto" da marcação, e acrescenta: "tanto que apitou sem titubear".

Tudo besteira...

Em primeiro lugar, o VAR não "corrige" nada... ele apenas aconselha o árbitro a revisar o lance. A decisão final de revisar ou não e, principalmente, alterar ou não a marcação, continua sendo do árbitro.

No caso do lance do pênalti, quem disse que o assistente de vídeo não achou que a marcação do árbitro foi um "erro claro"? O próprio comentarista (que nunca foi juiz na vida) percebeu "claramente" que não foi pênalti, por que uma pessoa experiente não poderia ter feito o mesmo? O árbitro achou que o atacante foi empurrado, o VAR viu que ele não foi, isto não é um erro óbvio (evidente, que não deixa dúvida)?

A justificativa de que o árbitro "apitou sem titubear" é risível e melhor nem comentar...

Agora o mais importante: os comentaristas escrevem seus artigos sem antes se informar sobre o assunto. Não existe nenhuma "regra" que impeça o VAR de atuar nos casos de "lances subjetivos". Basta consultar o documento VAR Protocol da FIFA, para ver que em casos de "decisões subjetivas, a revisão em vídeo é frequentemente apropriada":



Resumindo: na verdade, os comentaristas erraram muito em seus comentários e mostraram que eles é que estão precisando urgente de um "Comentarista Assistente de Vídeo".