Enfim, a hipocrisia

"Que o moedor de técnicos verde e branco não te destrua tão rápido quanto esmagou Vanderlei Luxemburgo"

O comentarista escreveu um artigo comentando a contratação de Abel Ferreira como técnico do Palmeiras. Criticou o clube por, segundo ele, tentar "inovar" copiando o Flamengo, por ter contratado um técnico português, escreveu: "Que falta de personalidade". No final veio o pior, terminou o texto dizendo que os dirigentes palmeirenses precisam ter paciência com os técnicos e desejou ao novo treinador: "que o moedor de técnicos verde e branco não te destrua tão rápido quanto esmagou Vanderlei Luxemburgo". O que dizer disso?

Vejam só que ironia... o comentarista que mais "faz campanha" pela derrubada de técnicos pedindo "paciência" aos dirigentes! É realmente impressionante. Se o Palmeiras é um "moedor de técnicos" o que seria o comentarista? Um triturador? Pois o comentarista já foi capaz de pedir a demissão dos técnicos dos quatro times grandes paulistas, Fábio Carille (Corinthians), Dorival Júnior (Santos), Rogério Ceni (São Paulo) e Eduardo Batista (Palmeiras), com apenas UM MÊS E MEIO de disputa da primeira fase do Campeonato Paulista. Não acredita? Veja no artigo Ah... que pena.... Entre os técnicos que ele "pedia a cabeça" estava Fábio Carille, que ele já defendeu no passado, e Rogério Ceni, que ele hoje classifica como "melhor técnico brasileiro". Como ele disse, é preciso ter muita paciência mesmo...

Enfim, a hipocrisia.


No chão!

"A salvação seria implodir o Morumbi"

O comentarista escreveu um artigo sobre o aniversário de 60 anos do Morumbi e se mostrou completamente desconectado da realidade. Logo no início o texto já causa espanto ao afirmar que: "os jogos mais relevantes foram, sem dúvida, os do Mundial de Clubes de 2000", mostrando que, aparentemente, o comentarista corintiano deseja causar polêmica com a torcida do São Paulo ao desprezar as 3 finais da Libertadores e os títulos do Brasileiro e Sulamericana, mas o pior estava guardado para o último parágrafo.

O comentarista concluiu o seu artigo dizendo que: "a salvação seria implodir o Morumbi", um devaneio tão sem sentido, que parece ter sido dito por uma criança do ensino fundamental e não por um comentarista "especialista" em futebol. A realidade é que o Morumbi foi tombado pelo patrimônio histórico e, por esta razão, não poder ser "implodido". Se este fato já não fosse motivo suficiente, o comentarista deveria também explicar como o São Paulo que, como a maioria dos clubes, enfrenta uma enorme crise financeira, conseguiria o dinheiro necessário para executar esta "megalomania", sem afundar o clube em mais dívidas ainda.

Não é a primeira vez (e parece que não vai ser a última) que o comentarista sugere a demolição do Morumbi, veja no artigo Tragédia de artigo, que seu plano de destruição já é antigo.



Coerência? Bobagem...

"Tricolor também caiu feio na Libertadores"

O comentarista disse em seu artigo que o São Paulo foi: "miseravelmente" eliminado da Libertadores, ou seja, segundo ele o Tricolor caiu de modo mísero, desgraçado, desprezível, insignificante. Ele compara a queda do time paulista à eliminação do Corinthians para o Guarani do Paraguai. Será que o: "Tricolor também caiu feio na Libertadores" mesmo?

É até irônico que o comentarista, que no final do ano dizia que o São Paulo não merecia nem ter se classificado para a Libertadores, agora considere vergonha o clube ser eliminado pelo River, atual vice-campeão do torneio, e pela LDU, clube com 18 participações e um título de campeão. Ele tenta justificar a opinião atual, contraditória com o que pensava recentemente, citando a derrota para o: "frágil Binacional peruano", mas sem dar a devida ênfase ao fato do São Paulo ter sido o único time que jogou contra o time peruano na cidade de Juliaca, a 3.825 m de altitude, um dos estádios mais altos do planeta, onde o corpo humano de quem não está acostumando com a altitude, absorve cerca de 50% menos oxigênio. Por ironia novamente, o comentarista é justamente um dos maiores críticos (com razão) da realização de jogos da Libertadores em grandes altitudes. Aparentemente o peso da crítica muda conforme o interesse do comentarista, por exemplo, se for para falar mal da CBF a altitude é um absurdo inaceitável.

Enfim, um grande mal de vários comentaristas é viver sempre "nos extremos", o time campeão é quase sempre tratado como "timaço imbatível", e o que é eliminado normalmente "deu vexame". Nem tanto ao mar... nem tanto à terra.



Respondendo ao comentarista

"Por que não utilizaram a tecnologia para flagrar a ofensa contra o brasileiro?"

O comentarista escreveu um artigo criticando o árbitro que expulsou Neymar por ter dado um tapa na cabeça do zagueiro espanhol Alvaro González porque, segundo o atacante do PSG, sofreu ofensas racistas. O comentarista praticamente defendeu a agressão física como reação às ofensas racistas, ao questionar: "tem outro jeito?". Ele também criticou a atuação do VAR e perguntou: "por que não utilizaram a tecnologia para flagrar a ofensa contra o brasileiro?". O comentarista está certo em suas críticas?

Não, ele está totalmente errado.

- O árbitro errou ao expulsar Neymar?

Se o árbitro tivesse ouvido as supostas ofensas racistas (não parece ser o caso), é óbvio que o jogador do Olympique de Marselha deveria ser expulso, mas independente disso, ao ser alertado da agressão de Neymar pelo VAR, o juiz tinha a obrigação de expulsar o atacante brasileiro. Em outras palavras, uma ofensa racista é totalmente desprezível e deve ser punida severamente, mas a resposta a uma ação racista jamais pode ser a agressão, isto também não pode ser aceito. Respondendo ao comentarista: "tem outro jeito?", sim... tem.

- O VAR deveria ter sido utilizado para flagrar a ofensa?

Não existe a menor possibilidade do VAR atuar em casos como este, o VAR é totalmente "surdo", ele não pode usar áudio nem leitura labial na verificação dos lances da partida. Em outras palavras, o árbitro de vídeo pode avisar o juiz principal que o zagueiro disse algo a Neymar, mas ele não tem como afirmar o que foi dito. Respondendo ao comentarista: "por que não utilizaram a tecnologia?", porque além de não ser possível, também seria ilegal.