Desnecessária e exagerada

"Pressão necessária ou exagerada?"

O comentarista discute em seu artigo se a manifestação violenta da torcida do Corinthians, no aeroporto de Guarulhos, ao receber o time após a derrota para o Fluminense é: "necessária ou exagerada". Faz sentido este tipo de discussão?

Não, na verdade, só o fato do comentarista considerar a hipótese de classificar este tipo de "ocorrência" como "pressão necessária", já é um grande absurdo. Uma manifestação violenta, com xingamentos, intimidações, acusações e ameaças, que poderiam ter resultado em agressões físicas, não fosse o comportamento dos jogadores e a ação dos seguranças, não pode ser tolerado, ponto.

Não é admissível que um comentarista esportivo que trabalha em um grande canal de televisão e possui milhões de seguidores em redes sociais compactue com a violência e minimize o fato com frases como: "esse tipo de pressão sempre existiu e sempre existirá" ou então: "acho também que os jogadores precisam se comprometer mais". Totalmente insensato.

O que a torcida fez não é "pressão necessária" nem "pressão exagerada", é um caso de polícia e o comentarista age como se fosse cúmplice do fato.



Que bagaça!

"Eu nunca errei um palpite em minha carreira!"

O comentarista escreveu um artigo se vangloriando de ter "acertado" que o Flamengo perderia o jogo da Copa Libertadores para o Independiente del Valle. Sem nenhuma modéstia, como sempre, ele disse: "eu conheço dessa bagaça!" e terminou o texto escrevendo: "eu nunca errei um palpite em minha carreira!". O artigo é tão desconexo com a realidade que não serve nem como piada.

Na verdade, no artigo anterior em que o comentarista "previu" a derrota do Flamengo, ele escreveu: "Fla será o único brasileiro a decepcionar na volta da Libertadores", e errou feio, já que além do Flamengo, Santos (empatou com o Olímpia em casa), Grêmio (perdeu para o Universidad Católica) e São Paulo (empatou com o River em casa) também decepcionaram.

Quanto a nunca ter errado um palpite na carreira, poderíamos listar diversos exemplos de palpites que mostram que, aparentemente, ele não conhece tanto assim "dessa bagaça", mas vamos apenas relembrar o dia 10/02/17, quando o comentarista conseguiu a proeza de errar TODOS os 12 palpites que fez:


Inesquecível... que bagaça!



O Fagner não errou... sozinho!

"Fagner não errou"

O comentarista escreveu um texto comentando o lance capital do jogo Corinthians 0 x 2 Palmeiras, onde o lateral corintiano Fagner, na ânsia de evitar o gol palmeirense, coloca a mão na bola propositalmente dentro da área, aos 40' do primeiro tempo. As consequências do lance foram as piores possíveis: o jogador foi expulso e o Palmeiras fez o gol na cobrança do pênalti. Pode ainda ser pior? Sim... a imagem mostrou que a bola iria para fora! Sabe qual foi a análise do "especialista" em futebol? "Fagner não errou"! É... não errou... sozinho!

O comentarista resolveu dividir o erro com ele! Só pode ser piada... e de mal gosto.

Ele tenta justificar a sua opinião de forma patética dizendo que Fagner: "foi criado para defender, impedir que sua meta seja vazada" e acrescenta: "quando a bola veio, ele não pensa em estatística ou no futuro do jogo, age por instinto". Uma coisa (defendeu por instinto) não exclui a outra (cometeu um erro), afinal, se Fagner agiu sem pensar como o comentarista diz (é provável que tenha acontecido isso mesmo), não impede que avaliemos o resultado da sua ação, que neste caso, foi um fracasso. Se transformar um tiro de meta em gol e expulsão não for um erro, precisamos urgentemente parar tudo e repensar todas as estratégias do futebol.

Ele termina dizendo: "talvez somente eu e Fagner consideremos que Fagner não errou".

Errou novamente, provavelmente nem o Fagner considera isso!



Comentarista mediano

"Cássio, goleiro mediano"

Ao repercutir a declaração do ex-goleiro do Corinthians Rubinho sobre o atual goleiro Cássio, o comentarista afirmou em seu texto que Cássio é um: "goleiro mediano". Ele escreveu ainda que Rubinho: "mostrou ter opinião semelhante sobre o ídolo alvinegro". Não é verdade.

Rubinho não disse que Cássio é um "goleiro mediano", longe disso! Na opinião do ex-goleiro: "Cássio é um dos goleiros mais importantes que o Corinthians já teve", ele apenas disse que: "em relação a outros grandes ídolos, fica muito abaixo tecnicamente". Perceba que ele está comparando com outros GRANDES ÍDOLOS de todos os tempos, daí a concluir que ele considera o goleiro MEDIANO, existe uma enorme diferença.

O comentarista escreveu ainda que, na sua opinião, Cássio estaria abaixo de Leão, Carlos, Ronaldo e Dida. Ok, cada um tem a sua opinião, mas... estar abaixo destes grandes goleiros faz do Cássio um jogador mediano?!? Só se for na cabeça do comentarista.

Uma coisa é certa, Cássio é o goleiro "mediano" que mais títulos conquistou na carreira:
  • Mundial de Clubes (2012)
  • Copa Libertadores (2012)
  • Campeonato Brasileiro (2015 e 2017)
  • Recopa Sul-Americana (2013)
  • Campeonato Paulista (2013, 2017, 2018 e 2019)
  • Copa América (2019)
  • Sul-Americano Sub-20 (2007)
E que mais ganhou prêmios individuais também:
  • Melhor jogador do Mundial de Clubes (2012)
  • Melhor goleiro da Copa Libertadores (2012)
  • Melhor goleiro do Campeonato Brasileiro (2015 e 2017)
  • Melhor goleiro da Copa do Brasil (2018)
  • Melhor goleiro do Campeonato Paulista (2019)
Quantos jogadores não gostariam de ser "medianos" assim, hein?



O juiz não viu? Então nem eu...

"Como o juiz não viu, tudo deveria ficar por aí"

O comentarista escreveu um texto reclamando de uma possível punição ao atacante Jô do Corinthians, que foi pego em uma imagem de vídeo dando um soco nas costas do zagueiro Diego do São Paulo. Ele escreveu: "como o juiz não viu, tudo deveria ficar por aí". Em seu raciocínio limitado: "a busca pelo erro zero é uma chatice, os jogos não acabam". Parece incrível, mas na opinião dele a "justiça" é uma "chatice"!

O comentarista argumenta que desse jeito: "os jogos não acabam". Ele está totalmente equivocado... ainda que a ação do jogador infrator tenha afetado o andamento da partida, o resultado da mesma jamais poderá ser alterado após o seu encerramento. O jogo acabou, ponto, o que se procura agora é a punição do infrator para reafirmar os valores do "fair play" e intimidar outros jogadores, técnicos e dirigentes, para que a mesma situação tenha menor chance de ocorrer no futuro. A não penalização dá às pessoas uma sensação de impunidade, que "incentiva" a ocorrências de novas situações como esta no futuro.

Não é a primeira vez que o comentarista escreve artigos defendendo a sua bizarra "tese" do "se o juiz não viu então deixa quieto", mas não espere coerência do comentarista... em 2018, por exemplo, ele escreveu um artigo defendendo o uso das imagens de um jogo para PRENDER o jogador pela falta que cometeu. Não acredita? Leia no artigo Apertando o gatilho.



O comentarista deu um passo atrás

"Luxemburgo está à frente de Diniz"

O comentarista responde em seu artigo à pergunta: "quem entregou mais em 2020, Diniz ou Luxemburgo?" e a resposta dele foi: "Luxemburgo entregou mais". O raciocínio do comentarista é simples: Luxemburgo ganhou o Paulista e Diniz foi eliminado pelo Mirassol, Luxemburgo está invicto da Libertadores e Diniz perdeu para o Binacional (jogo realizado a 3825 m de altitude, é verdade). O raciocínio simplista do comentarista parece correto, não é mesmo?

Mas está errado!

Quando uma pessoa acha que determinado assunto é muito simples é porque, provavelmente, não está considerando todas as variáveis ou particularidades do mesmo. É exatamente este o caso. O comentarista ao escrever frases tipo "Luxemburgo ganhou isso" ou "Diniz perdeu aquilo" se esquece (ou não tem interesse em lembrar) que o futebol é um esporte coletivo e que, na verdade, quem "ganhou isso" foi o Palmeiras e quem "perdeu aquilo" foi o São Paulo. Jogadores, treinadores, dirigentes, massagistas, fisioterapeutas, médicos, enfim... os responsáveis pelas vitórias e pelas derrotas foram os clubes inteiros e não apenas os seus treinadores. Como pode ser possível analisar qual técnico "entregou mais" simplesmente olhando o resultado final dos jogos? Os treinadores tem, por acaso, o mesmo grupo de jogadores? Eles enfrentaram os mesmos adversários e nas mesmas situações de momento? Eles tiveram as mesmas adversidades ou facilidades? As condições de trabalho são as mesmas?

Perceba que não estou defendendo que o trabalho de um é melhor do que do outro e vice-versa, mas sim que é IMPOSSÍVEL afirmar que um indivíduo é melhor do que outro baseado APENAS no resultado final de um grupo de mais de 50 pessoas que, pior ainda, não executaram exatamente as mesmas atividades.

Será que o comentarista se julga "na frente" de outro comentarista baseado na "audiência" do meio de comunicação que cada um trabalha?

Uma tolice sem tamanho...



Erro do comentarista

"Qual a chance de qualquer deles serem expulsos de uma Copa do Mundo?"

O comentarista escreveu um artigo sobre a desclassificação de Djokovic do US Open por ter atingido não intencionalmente, com violência, o rosto da juíza de linha com a bola, após ter ficado irritado por ter o seu serviço quebrado. O comentarista diz que foi um: "erro do US OPEN" e se justifica dizendo que o mesmo jamais aconteceria com grandes craques do futebol, como Messi ou Cristiano Ronaldo, se: "em momento de fúria", atingissem um árbitro com a bola. Ele pergunta ironicamente: "qual a chance de qualquer deles serem expulsos de uma Copa do Mundo?".

Ele tem razão quanto à punição que estas "estrelas" do futebol provavelmente receberiam nesta situação hipotética, porém o comentarista erra feio ao tentar justificar a sua opinião usando o futebol como exemplo.

Em primeiro lugar, devemos lembrar que o futebol não é exatamente o esporte que mais se preocupa com o "fair play", não é mesmo? Em segundo lugar, tenho certeza que o comentarista vai concordar comigo que a FIFA também não é uma "referência" quando falamos em jogo limpo, espírito esportivo, ética e justiça, correto? Basta ler os artigos do comentarista para perceber o quanto ele desvaloriza a instituição nesse sentido. Finalmente, chegamos ao ponto mais importante ignorado pelo comentarista: a regra do tênis é diferente da regra do futebol!

De acordo com as regras dos torneios do grand slam, ações de acertar uma bolada intencionalmente, imprudentemente ou desconsiderando as consequências, em um árbitro, são passíveis de desclassificação. Na análise do incidente é levado em conta tanto a causa (teve intenção ou não), como a consequência (machucou ou não). Em outras palavras: se o atleta teve intenção de machucar, mesmo que não tenha conseguido o seu intento, é motivo para ser desclassificado, da mesma forma que se o atleta não tenha tido a intenção, mas devido à sua imprudência, tenha machucado alguém, isto também é motivo de desclassificação.

O próprio jogador, que sabe muito bem as regras, reconheceu o seu erro, pediu desculpas à juíza, aos organizadores do torneio e ao público em geral por seu comportamento e encerrou dizendo que espera: "transformar tudo isso em uma lição para meu crescimento e evolução como jogador e ser humano".

O comentarista, que tanto cobra o respeito às regras e leis, errou... resta saber se, como o Djokovic, vai reconhecer o erro e transformar o erro em lição.



Perdão, é uma merda!

"O VAR da CBF, perdão, é uma merda!"

Já no título de seu artigo o comentarista deixa bem claro: ele está decepcionado com a atuação do VAR no jogo Flamengo 1 x 0 Santos, em que o time da Vila Belmiro teve 2 gols anulados com ajuda do mesmo. Ele escreveu: "o VAR da CBF, perdão, é uma merda!". Será que o comentarista está certo em sua reclamação?

Quem lê o título pensa que o comentarista está nervoso porque, na opinião dele, o VAR teria errado ao anular os gols do Santos, afinal de contas os jogadores de ataque e defesa estavam muito próximos, fora a eterna discussão se o atacante participou ou não do lance, mas não... não é o caso... o comentarista está nervoso com a demora na tomada das decisões. Segundo ele, a torcida do Santos: "não tem do que reclamar, a não ser do VAR, não porque tenha errado, mas por ter irritado até monge budista".

Antes de mais nada é bom lembrar que com relação a "calma", o comentarista está muuuuuito longe de ser um "monge budista", na verdade, o comentarista muitas vezes se mostrou uma pessoa sem paciência e até mesmo agressiva, inclusive com seus leitores. Acha que estou exagerando? Veja o artigo Cientista social? Sério?

Agora... é fato que o VAR realmente demorou muito para chegar à conclusão, uma pena, realmente todos que gostam do esporte acreditam que a questão da velocidade pode e deve ser melhorada. Por outro lado é preciso lembrar que os lances foram realmente muito difíceis e o prejuízo em caso de erro é muito maior do que o prejuízo com a perda de tempo na tomada da decisão. Assim chegamos no ponto fundamental: é importante que o VAR analise o lance rapidamente, mas é absolutamente mais importante que o VAR não erre. Se na opinião do comentarista o VAR acertou, então de modo algum a atuação dele foi "uma merda". Então, segundo o comentarista, o VAR impediu a marcação de DOIS GOLS INVÁLIDOS e, mesmo assim, foi "uma merda"?!?

O que dizer deste artigo?





Problema resolvido!

"Com o estádio resolvido, Timão tem que voltar a rivalizar com Fla e Palmeiras"

O comentarista escreveu um artigo sobre a negociação dos naming rights do estádio do Corinthians e afirmou que: "com o problemão (do estádio) resolvido, o Timão terá agora obrigação de voltar a montar times competitivos". Faz sentido isso?

Não, de forma alguma.

Poderíamos até discutir se o Corinthians teria ou não a obrigação de rivalizar com o clube A ou B, mas a premissa que levou à conclusão é o que chama mais a atenção. A afirmação de que o "problema do estádio está resolvido" é realmente muito estranha e nos leva a pensar que, ou o comentarista sequer analisou com calma a questão, ou ele tem muita dificuldade com matemática.

Pois vejamos...

Um ano atrás a Caixa Econômica Federal notificou extrajudicialmente que executaria uma dívida de R$ 536 milhões do clube, nesta mesma época a dívida com a Odebrecht referente ao estádio era de aproximadamente (ninguém sabe o valor correto) R$ 160 milhões, totalizando quase R$ 700 milhões. Depois disso, o Corinthians não executou o pagamento de nenhuma parcela da dívida e a mesma continua aumentando por conta dos juros e da correção monetária.

Agora o Corinthians anunciou a venda dos naming rights pelo valor de R$ 300 milhões, que devem ser recebidos ao longo de 20 anos! Não precisa ser um gênio da matemática para perceber que estes R$ 300 milhões no final deste tempo não são suficientes para quitar uma dívida de aproximadamente R$ 700 milhões, que ainda continuará crescendo durante estes anos todos.

O comentarista não foi apenas simplista, ele sequer fez uma análise rasa sobre o assunto e, desta forma, desinformou o seu público.