Troféu Comentarista Paraguaio

"Palmeiras se torna favorito para o Troféu Cavalo Paraguaio - 2016"

Pára tudo!

A 5 rodadas atrás, quando o Palmeiras liderava o Campeonato Brasileiro com apenas 3 pontos de vantagem para o segundo colocado, faltando ainda 26 rodadas (76 pontos) para o encerramento do torneio, o comentarista cometeu a insensatez de disser que: "só uma tragédia tira o título do Palmeiras" (veja o artigo "Tragédia"). Agora, que o Palmeiras acaba de perder a liderança e ficou 1 ponto atrás do líder, o comentarista tem a pretensão de atribuir-lhe o "título" pejorativo de "Troféu Cavalo Paraguaio"!?!


Afinal de contas...

Quem foi que disse que era: "impossível o Palmeiras deixar escapar o titulo do Brasileirão deste ano"? Foi o presidente do Palmeiras ou foi o próprio comentarista?


Quem nos "ensinou" o verdadeiro valor dos 3 pontos de vantagem quando ainda faltavam 76 pontos para serem disputados, dizendo: "Pode não parecer muita coisa, mas levando em conta que acabamos de completar a 12º rodada, é uma vantagem considerável sim"? Foi o técnico do Palmeiras ou foi o próprio "especialista em futebol"?


O comentarista "dá o título" antecipadamente e depois a culpa é do Palmeiras?




Oras... se, em um campeonato disputadíssimo (10 pontos de diferença entre o primeiro e o décimo), o time que assume a liderança e depois a perde, deve receber o "Troféu Cavalo Paraguaio", então, o comentarista que diz que o campeonato "já acabou" e que o líder com 3 pontos de vantagem já é o campeão (faltando 76 pontos para serem disputados) deve receber qual troféu?

Ops... (parte 1)


"Pela primeira vez a Olimpíada se realiza no Hemisfério Sul"

Ops... na verdade os Jogos Olímpicos já aconteceram no Hemisfério Sul duas vezes. A primeira foi no ano de 1956, na cidade de Melbourne na Austrália. Depois disso, eles foram novamente disputados no Hemisfério Sul no ano de 2000, na cidade de Sydney, novamente na Austrália. Portanto, os Jogos que acontecerão este ano, na cidade do Rio de Janeiro no Brasil, serão realizados no Hemisfério Sul pela terceira vez.



O comentarista foi alertado da falha por vários leitores e já corrigiu o texto, trocando "no Hemisfério Sul" por "na América do Sul". Infelizmente não deixou nenhum comentário à respeito da correção feita.

Hã?


"Não vai ser simples"

Não vai ser simples... de entender...

Neste artigo, o comentarista explica a negociação entre Santos e Juventus pelo atacante Gabriel (Gabigol)... na verdade, tenta explicar... porque o comentarista deixou o seu texto tão confuso que não deu para entender bulhufas...

Ele escreveu:


"A Juventus oferece 20 milhões de euros por 100% do contrato. O Santos tem 60% e considera que a proposta está aceita, desde que Gabriel abra mão de seus 40%. Gabriel não abre mão. O impasse é fazer o clube abrir mão de uma parte dos 18 milhões de euros a que terá direito se receber o equivalente a seus 40%".



Vamos lá: o Santos tem direito a 60% de 20 milhões (12 milhões) e aceita o negócio se receber também os 40% do Gabriel (8 milhões). Gabriel não aceita, então o clube precisa desistir de parte dos 18 milhões que são equivalentes a seus 40%. Que 18 milhões são estes? Não eram 20? ou 12? ou 8? O que são os "seus 40%"? Não seriam os "40% dele", por acaso?



Os comentários deixados em sua página confirmam a "qualidade" do texto:

"é quase um parto entender o que está escrito nesta matéria, lamentável"


"que confusão este texto"


"kkkkk... texto em mandarim... kkkkk"

"Tentei usar o Google Translate mas nem esse software entendeu o que está escrito"

"Hã?????"


...


Mas mesmo com tantas reclamações, infelizmente, o comentarista não alterou o texto para tentar deixá-lo inteligível...


Racionalmente feliz


"A festa da torcida do Flamengo é a certeza de que a contratação foi corretíssima"

O Flamengo acertou ao contratar o meia Diego que era jogador do Fenerbahçe da Turquia?

Para tentar responder a esta pergunta, o que você acha que um comentarista de futebol faria?

A) Analisaria a performance do jogador em todos os jogos de sua última temporada
B) Checaria as condições físicas do atleta de 31 anos
C) Levantaria todas os valores envolvidos na transação (contrato, salários, bonificações, etc)
D) Examinaria, de modo qualitativo e quantitativo, quanto o jogador pode agregar ao Flamengo
E) Tentaria avaliar outros ganhos e perdas (diretas e indiretas) relacionadas ao jogador
F) Faria uma análise minunciosa do balanço financeiro e da previsão orçamentária do clube
G) Todas as respostas anteriores
H) Nenhuma das respostas anteriores

Se você respondeu a letra "H", parabéns... você acertou!

Segundo o comentarista, não existe a menor necessidade de fazer nenhuma avaliação técnica, física ou econômica... basta (acredite) "medir" o tamanho da festa da torcida! Neste caso específico: "a festa da torcida do Flamengo é a certeza de que a contratação foi corretíssima".

Absolutamente simples e extremamente lógico, não é mesmo?



Calma... ele explica o "racional" de sua lógica: "o torcedor está feliz, alucinadamente feliz, irracionalmente feliz e esta felicidade insana é o que se busca com o futebol".

Em outras palavras: os dirigentes podem fazer o que "der na telha", desde que a torcida fique "irracionalmente feliz"!

Por que não contratam de uma só vez o Messi, o Cristiano Ronaldo e o Neymar? A torcida certamente ficaria alucinada!

Falando sério: o meu desejo é que a contratação do Diego acabe se comprovando um ótimo negócio, que ele consiga brilhar no Flamengo e que a torcida possa ficar, de fato, "alucinadamente" feliz. Por outro lado, vou continuar sempre esperando que os comentaristas produzam textos inteligentes, lógicos e bem embasados, que me deixe, não apenas feliz, mas "racionalmente" feliz.

Que atire a primeira pedra...


"Você merece uma união de todos os clubes brasileiros, negando-se a te dar trabalho"

Após o jogo Fluminense 2 x 0 Cruzeiro, o atacante Riascos do Cruzeiro deu a seguinte, e polêmica, declaração: "Não está normal, não estou feliz por tudo isso que está acontecendo. Temos que procurar uma solução, não podem tirar minha felicidade para vir jogar nesta merda aqui".

Minutos após o pronunciamento do jogador, o diretor de futebol do Cruzeiro, comunicou que o atleta não faz mais parte da equipe (apesar de não explicar qual vai ser o destino do jogador). Horas mais tarde, Riascos pediu desculpas à torcida e disse que o "xingamento" não era direcionado à instituição Cruzeiro e sim à sua situação dentro da equipe.

Independente de qual foi a referência para a "merda" dita pelo jogador, obviamente, a declaração do mesmo foi de enorme falta de respeito, falta de profissionalismo, falta de educação, falta de inteligência, falta de tudo... isso não se discute.

Ainda assim, poderíamos ficar horas e horas discutindo quais providências deveriam serem tomadas pela direção do Cruzeiro neste caso, visto que atitudes como esta não devem ser toleradas e que, por outro lado, o clube investiu bastante dinheiro no jogador e não pode simplesmente "jogar tudo para o alto"... é necessário agir de modo firme, porém com inteligência.

Dito tudo isso... chegamos ao texto do comentarista, onde o mesmo, após "detonar" fortemente o jogador: "você, com toda sua falta de intimidade com a bola, com a falta de intimidade com o gol adversário", dá uma solução realmente "incrível" para o caso:

"Você merece uma união de todos os clubes brasileiros, negando-se a te dar trabalho".

Ou seja, como "pena" pelo que ele disse, o jogador não poderia nunca mais jogar futebol. Cheguei até a pensar se o jogador, por acaso, cometeu um homicídio ou algo assim...

Não vamos nem perder tempo pensando se esta tal "união de todos os clubes brasileiros" seria permitida pela lei (duvido que seja), mas ao invés de perder tempo com isso, imaginem a situação em que um funcionário de uma empresa cometa o mesmo tipo de erro (ou outro do mesmo gênero) e seja demitido por seu empregador. Vocês já imaginaram se, depois disso, todas as empresas fizessem uma "união" negando a contratação do ex-funcionário? A pessoa nunca mais poderia trabalhar? Ela não poderia se arrepender... aprender com seus erros... dar a volta por cima... se tornar um funcionário melhor e seguir a vida? Esta seria a punição por ter, literalmente, "falado merda"?

Mais um contra-exemplo?

E se o comentarista fosse proibido, para sempre, de escrever artigos após ter cometidos falhas em textos de sua autoria?

Mito não... estatística!


"Fim dos mitos"

O comentarista escreve que: "a inesperada final entre o colombiano Nacional de Medellin e o equatoriano Independiente del Valle é um fato que deve marcar época", porque segundo o comentarista, este fato: "destrói conceitos do passado, clichês baseados em orgulho e falta de informação". Em seguida ele lista os "clichês" que foram destruídos, itens como: o "peso" da camisa, a importância do "estádio", favoritismo, etc.

Apesar de interessante, o texto não é correto...

Primeiro é importante entender que os itens que o comentarista faz referência, não estão sendo chamados da maneira adequada:

clichê

Frase que se banaliza, chavão.

mito

Um fato cuja existência, presente na imaginação das pessoas, não pode ser comprovado.

Os itens listados por ele não são "clichês" e muito menos "mitos"... eles existem, são reais, são resultados de dados estatísticos.

A Copa Libertadores é disputada desde 1960 e, até hoje, já participaram nas suas 56 edições, 202 equipes diferentes de 11 países. Apesar desta enorme quantidade de times, apenas 9: Independiente (AR), Boca Juniors (AR), Peñarol (UR), Estudiantes (AR), Olimpia (PA), Nacional (UR), São Paulo (BR), River Plate (AR) e Santos (BR), conquistaram quase 70% dos títulos do torneio. Com relação aos países, a diversidade é ainda menor: Argentina e Brasil venceram, no total, mais de 70% das edições da copa.

Isto significa que sempre Brasil ou Argentina vencerão o campeonato? Não... é lógico que não! Dados estatísticos não garantem nada, servem apenas para analisar tendências, estudar probabilidades, arriscar prognósticos. Se o jogo é contra o Boca Juniors na Bombonera, isto significa que a outra equipe, necessariamente, vai perder? É claro que não! Uma equipe que nunca ganhou o título pode eliminar um time hepta-campeão? Sim... isso é ótimo, aí está a grande diversão do futebol!

Ok... mas esta "verdade estatística" nunca pode mudar? Sim... pode mudar sim! Mas isto não acontece "do dia para a noite", temos que dar "tempo ao tempo". Não é porque em 2016 vamos ter um time campeão pela primeira vez, que todos os dados estatísticos que temos até hoje devem ser imediatamente "jogados fora". Em 2008, por exemplo, assistimos com surpresa o primeiro título do Equador com a LDU, no entanto, nas outras 7 edições do torneio tivemos 4 vitórias brasileiras e 3 vitórias argentinas. Nas últimas 10 edições, Brasil e Argentina conquistaram 9 títulos (90%). Em 20 anos, os dois países ganharam 17 vezes a competição (85%).




Isso mesmo... não compare


"Não compare Polic com Amarilla"

O comentarista faz um comparativo entre as atuações do árbitro chileno Patrício Polic, que apitou a eliminação do São Paulo pelo Atlético Nacional nas semi-finais da Libertadores de 2016 e do o árbitro paraguaio Carlos Amarilla, que apitou a desclassificação do Corinthians pelo Boca Júniors nas oitavas de final da Libertadores de 2013.

Segundo ele, os "erros" contra o São Paulo, foram:




- Expulsão de Maicon no primeiro jogo

- Pênalti não marcado em Hudson
- Expulsões de Lugano e Wesley

Já os "erros" contra o Corinthians, foram:




- Dois pênaltis não marcados

- Dois gols legais anulados

Então ele conclui: "comparar a atuação do chileno Patrício Polic, com a do paraguaio Carlos Amarilia, não tem o menor cabimento", afirmando que: "Amarilla simplesmente roubou a classificação corintiana" e, deixando no ar, que talvez Polic seja apenas um árbitro ruim.


A conclusão do comentarista é que não tem o menor cabimento... é um absurdo.


Explico:


Antes de tudo: comparar o número de "erros" em cada jogo é, no mínimo, ridículo! Qual o interesse do comentarista? Ele quer dar o título de "mais roubado da Libertadores" para o seu time do coração? Que disputa tola... cada vez que uma equipe brasileira é eliminada desta forma (e já foram muitas vezes... veja mais no texto "Maicon abriu o caminho para os colombianos, mas não foi o único culpado"), todos os brasileiros (times, jogadores, torcedores, comentaristas, etc) saem perdendo. É deprimente/desanimador para todos! Ficar discutindo se o juiz errou mais contra um ou outro time, não ajuda em nada a resolver a causa do problema: a seriedade (ou não) da Conmebol.


Finalmente: o comentarista precisa lembrar que o juiz do jogo do São Paulo não precisou ir além dos erros listados pelo comentarista (e dos esquecidos por ele... veja a nota no final deste texto) porque no momento do pênalti, seguido pelas expulsões, o São Paulo precisava fazer 3 gols, com 2 jogadores a menos... encerrando a disputa, propriamente dita. Por outro lado, o árbitro de Corinthians e Boca teve muito mais "trabalho", uma vez que o Corinthians manteve a chance de classificação até muito próximo do final da partida.


Em resumo: se um juiz está "comprado" para favorecer uma das equipes, ele só vai "errar" até que o resultado pretendido esteja garantido, ele não precisa continuar "errando" depois disso. A lógica do comentarista está absurdamente errada.


Nota: para piorar, o comentarista "se esqueceu" de incluir os seguintes itens na lista de "erros" contra o São Paulo:


- Pênalti não marcado do defensor do Atlético (mão na bola dentro da área)

- Expulsão de Bocanegra pelo pênalti em Hudson (que deveria acontecer caso o pênalti fosse corretamente marcado)

Mea culpa


"Maicon abriu o caminho para os colombianos, mas não foi o único culpado"

Em seu artigo, o comentarista analisa os "culpados" pela inesperada derrota do São Paulo para o Atlético Nacional, no primeiro jogo das semifinais da Copa Libertadores, em pleno estádio do Morumbi. Ele afirma que Maicon errou, porque: "o desequilíbrio, o gesto impensado e o cartão vermelho", do defensor afundaram o time, porém diz que: "Maicon não foi o único culpado", afinal de contas: "o São Paulo não conseguiu abrir o placar quando estava com 11 em campo", além disso: "não foi capaz de sufocar o adversário como precisaria ter feito em casa".

O comentarista acerta... parcialmente! Ele, pelo menos, se diferenciou da maioria dos comentaristas que preferiu trilhar o "caminho fácil" e, simplesmente, atribuir ao jogador recém contratado, a culpa pela derrota. Como se o São Paulo fosse um time "maravilhoso", extremamente técnico e preparado, que teve o destino do jogo alterado, única e exclusivamente, por culpa de um jogador. Ou seja, o comentarista acerta ao distribuir a culpa pela derrota ao time todo.

No entanto, quando o comentarista usa a frase: "o tapa dado na cabeça de Borja e sua merecida expulsão transformaram Maicon em vilão tricolor", comete duas falhas: a primeira ao exagerar e chamar de "tapa" o "empurrão" que Maicon dá em Borja e a segunda ao qualificar como "merecida" a expulsão do jogador.

Muita atenção agora: Sim, Maicon errou... é fato que um jogador não pode fazer o que ele fez, mesmo em casos como o deste jogo, onde o adversário está retardando o reinício da partida. Ao reagir à conduta antidesportiva de Borja, da forma que reagiu, Maicon acabou, também, cometendo uma conduta antidesportiva. Ele sabe que errou, assumiu publicamente e pediu desculpas à torcida do São Paulo (veja aqui). Porém, a punição correta a ambos os jogadores seria a aplicação do cartão AMARELO. O juiz exagerou ao mostrar o cartão vermelho ao jogador brasileiro (da mesma forma que seria exagero mostrar o cartão vermelho ao jogador colombiano).

E assim chegamos a um dos maiores (talvez o principal) culpados pela derrota: o árbitro da partida.

Ao ignorar este fato em sua "caça aos culpados", o comentarista comete uma falha muito importante, pois não é a primeira vez (e não parece que será a última) que times brasileiros são prejudicados pelos árbitros em partidas decisivas da Copa Libertadores. Poderia citar inúmeros casos onde times brasileiros foram lesados, mas vou lembrar apenas de três eliminações envolvendo os outros grandes rivais paulistas:

Palmeiras x Boca Júniors-AR (2000)

Erros: pênalti marcado para o Boca e pênalti não marcado para o Palmeiras.

Santos vs América-MX (2008)

Erros: gol anulado do Santos (jogo da ida) e pênalti não marcado para o Santos (jogo da volta).

Corinthians vs Boca Júniors-AR (2013)

Erros: dois gols anulados do Corinthians e dois pênalti não marcados para o Corinthians (no primeiro, o jogador do Boca já tinha cartão amarelo e seria expulso no lance).

Até quando vamos ver esta história se repetir?

É óbvio que para os torcedores rivais, a eliminação, mesmo com erros do juiz, continua sendo uma grande festa, motivo de muitas brincadeiras e zoação. Mas com relação aos comentaristas a história é totalmente diferente... espera-se mais, muito mais. Espera-se que os comentaristas repercutam os erros dos árbitros e "cobrem" melhores arbitragens aos responsáveis pelo campeonato. Só assim poderemos sonhar com um dia em que possamos dizer: você se lembra daquele tempo que os times brasileiros eram regularmente prejudicados na Libertadores?

Assim você me mata-mata!

"Volta mata-mata!"

Bla, bla, bla, "volta mata-mata", bla, bla, bla, "nós praticamente sabemos quem levantará a taça do Brasileirão", bla, bla, bla "volta mata-mata", bla, bla, bla...

O comentarista já falou sobre isso e eu já escrevi à respeito (veja o artigo "Antecipadamente errado"), então ele voltou neste assunto e eu também escrevi novamente (veja o artigo "Mata o leitor mata!"), mas não tem jeito... ele sempre volta no mesmo tema...

Por que?!? Por que?!?



:-)

Deficiência intelectual


"Só imbecil poupa jogador concentrado e o escala"

imbecil

Que manifesta imbecilidade.


imbecilidade


Atraso mental equivalente a uma idade mental entre os 3 e os 7 anos, caracterizado por um quociente de inteligência entre 30 e 50.


O comentarista chama o técnico do São Paulo de "débil mental" porque, na sua visão, ele foi o culpado pela contusão de Ganso na partida contra o Fluminense pelo Campeonato Brasileiro, transformando o jogador em desfalque certo para a primeira partida decisiva da semi-final da Copa Libertadores. Ao ler o confuso, contraditório e mal educado texto do comentarista, fiquei mesmo com a impressão de estar diante de um caso de debilidade... porém não do técnico Edgardo Bauza.


O comentarista escreve: "jogador não gosta de rodízio, jogador odeia ser poupado". Se isto é verdade, então Ganso gostou de ter participado do jogo, certo? Errado... porque segundo ele: "jogador odeia mais ainda ser poupado e não dispensado das atividades". Vejam só... na opinião do comentarista, o treinador deveria ter dispensado o funcionário que ganha mais de R$ 300 mil mensais porque o jogador tem: "ódio e até nojo" se tiver que ficar com os companheiros de trabalho (durante o expediente) ao invés de ficar: "coçando o saco com a família". Dá até pena do trabalhador... não dá?


Antes de mais nada é bom lembrar: tudo isso são apenas suposições do comentarista sem nenhuma comprovação real (estudo ou pesquisa).

Agora... independente do jogador gostar (ou não) de jogar, odiar concentração e preferir ficar em casa... o que isto tem a ver com a contusão do jogador? Nada... uma vez que o estiramento do músculo aconteceu por uma fatalidade, no momento do choque com um jogador do Fluminense. Veja mais aqui.


No fundo, é aquela velha história conhecida de todos: o comentarista tem que ser "do contra"... o "sabe tudo" do futebol! O técnico poupou o jogador? Então o comentarista acha que ele deveria ter jogado. O técnico colocou ele para jogar? Ah... então deveria ter poupado. O técnico fez um pouco de cada coisa (colocou para jogar 30 minutos apenas)? Neste caso era melhor que o jogador tivesse ficado em casa "passando a unha na bolsa escrotal" ou então ter jogado o jogo inteiro. É muita má vontade!

Para completar o quadro deprimente, o comentarista chama um técnico inteligente, experiente e educado de imbecil, além de criar palavras depreciativas, como: "burrísticamente (sic)" e: "asnosa (sic)". Um verdadeiro show de horrores. Isto deve explicar porque um é bi-campeão da Copa Libertadores e o outro...


Tragédia


"Só uma tragédia tira o título do Palmeiras!"

Está encerrada a décima-segunda rodada do Campeonato Brasileiro. É o início de campeonato mais equilibrado desde que o torneio passou a ser disputado pelo sistema de pontos corridos. Faltam ainda 26 rodadas para o encerramento do campeonato, ou seja, cada time ainda irá disputar 78 pontos. O Palmeiras lidera com apenas 3 pontos (uma vitória) de vantagem sobre o Corinthians, o segundo colocado e 6 pontos (duas vitórias) sobre o sétimo colocado.

Diante deste cenário, o comentarista, "especialista" em futebol, que tem página com mais de um milhão de seguidores em rede social, escreve:

"Só uma tragédia tira o título do Palmeiras!"

Como assim? Já tivemos vários casos de times que lideraram o campeonato muito mais pontos à frente, faltando muito menos rodadas e acabaram perdendo o título. Um dos casos mais emblemáticos aconteceu, inclusive, com o próprio Palmeiras em 2009, onde o time chegou a liderar com larga vantagem, permaneceu em primeiro lugar até a rodada 33 (faltando apenas 5 jogos) mas acabou o campeonato na QUINTA posição (sem a classificação para a Copa Libertadores), 10 pontos atrás do campeão. Veja aqui.

Vejam só a justificativa do comentarista quanto à diferença de 3 pontos:

"Pode não parecer muita coisa, mas levando em conta que acabamos de completar a 12º rodada, é uma vantagem considerável sim"

3 pontos?!? Uma vantagem considerável? Se na rodada deste fim de semana, simplesmente, o palmeiras perder para o Sport em Recife e o Corinthians vencer o Flamengo em São Paulo, os times já passam a ter o mesmo número de pontos... e ainda faltarão 25 rodadas! 75 pontos para serem disputados!



Mas é claro... o comentarista tem que menosprezar o campeonato e "cornetar" o que ele chama de: "maldito sistema de pontos corridos". Desta forma ele encerra escrevendo: "Ah, que saudade do mata-mata". Já escrevi sobre isso no texto "Antecipadamente errado". Enfim... o texto do comentarista seria uma comédia, se não fosse uma tragédia.

Corinthians 0 vs -2 América


"O Corinthians, muito ruim, não merecia (a vitória), mas o América, pior, merecia (a derrota)"

O comentarista ficou inconformado com o futebol apresentado pelo seu time na partida Corinthians 2 x 0 América e já começou o texto avisando: "eu sei que os corintianos ficam bravos comigo e dizem que por eu ser corintiano sou crítico demais e quero aparentar imparcialidade". Sim... muitas vezes é isto acontece. Neste artigo, por exemplo, o comentarista realmente se esforçou ao máximo para tirar o mérito da vitória. Vejam só como ele descreve a partida:

"Começou com uma sucessão de erros bizarros do Corinthians diante do fraco América"


"Teve bola que bateu no calcanhar de Rodriguinho, bola adiantada por Luciano, furada de Uendel, escorregão de Marquinhos Gabriel"


"Uma sucessão interminável de trapalhadas"


"Daí em diante não aconteceu mais rigorosamente nada, ou melhor, ocorreram mais erros"


"Luciano teve a chance de ampliar e se enrolou todo"


"Não conseguia pressionar o fragílimo rival e nem mesmo manter a bola sob controle"


"Para quem acabara de ver Grêmio e Santos, parecia outro esporte"


"E assim se foi o horroroso primeiro tempo"


"O segundo tempo começou no mesmo diapasão, muito ruim"


"Giovanni Augusto, inútil, deu lugar a Guilherme"


"Marquinhos Gabriel não acertava um cruzamento"


"Rodriguinho, outra nulidade, deu lugar a Camacho"


Até mesmo os gols são descritos com desprezo... o primeiro ele sugere que foi por acidente: "um escanteio vadio pela direita foi aparado por Pedro Henrique de cabeça e a bola sobrou nos pés de Romero"


O segundo ele diz que foi falha do juiz: "o assoprador de apito inventou um pênalti. Marquinhos Gabriel converteu para fazer 2 a 0".


Sinceramente... teria sido a pior partida de futebol de todos os tempos?


Será que o comentarista esperava uma goleada de seu time sobre o último colocado e se decepcionou com placar de "apenas" 2 a 0? Ou será que ele preferia uma "derrota jogando bem"? Sei lá...


Mas o pior da "má vontade" veio no fim do texto, quando o comentarista fez a sua análise do resultado final:


"O Corinthians, muito ruim, não merecia (a vitória), mas o América, pior, merecia (a derrota)".


Interessante, pena que não faz o menor sentido! Se ele dissesse que o Corinthians não mereceu a vitória porque, na sua opinião, o pênalti não aconteceu, tudo bem... mesmo assim é necessário lembrar que o Corinthians já estava ganhando a partida no momento da marcação da penalidade e que o América não conseguiu sequer fazer um gol. Agora, dizer que o Corinthians não mereceu a vitória porque é: "muito ruim", não tem lógica nenhuma. Uma partida de futebol é uma disputa entre dois times, quem ganha o jogo "merece" a vitória, independente dele ser ótimo ou péssimo. O vencedor "merece" a vitória simplesmente porque ele foi melhor do que o perdedor. É o suficiente.


Não é de hoje que o comentarista atribui um significado torto para a palavra "merecimento" (veja outro exemplo no texto "O melhor dos piores").