Escrevo o que quiser, o time é meu!


"Michel Bastos e Raphael Veiga deram mais jeito à equipe que pode reclamar pelo menos mais um pênalti não marcado"

O comentarista adora escrever sobre o "seu" Palmeiras... normalmente tudo é divino, tudo é maravilhoso, tudo vira poesia! Normal, nada errado com relação a isto, mas neste texto ele exagerou. Após o jogo Palmeiras 2 x 0 São Bernardo o comentarista escreve que o seu time do coração: "pode reclamar pelo menos mais um pênalti não marcado" mas se "esquece" de comentar que a falta na qual foi marcada pênalti para o Palmeiras (que acabou convertido em gol) foi, na verdade, fora da área. Esquecimento? Ou conveniência?



Afinal de contas, ele escreve como comentarista esportivo ou como torcedor? Sei lá...


Este comportamento "bipolar" (comentarista x torcedor) é realmente muito curioso. Existem vários "tipos" de comportamentos diferentes, mas três deles são bem definidos e facilmente identificáveis entre os comentaristas esportivos mais famosos:


A) Comentarista que tenta não "puxar a sardinha" para o lado do time que torce, se esforça para ser (ou parecer) imparcial... mas nem sempre consegue. Por outro lado, se preocupa tanto em não ser parcial que, às vezes, acaba até sendo duro demais com o seu time.


B) Comentarista que não "liga" muito para o que possam falar... escreve com notável alegria as vitórias de seu time e as derrotas dos arqui-rivais.


C) Comentarista que só quer saber de "causar"... torce descaradamente não apenas para um, mas para vários times... os quais, inevitavelmente, recebem todos os elogios, deixando as críticas para os rivais.


Conclusão: a vida do apaixonado por futebol, que busca informação séria, não é nada fácil...

O roto falando do rasgado


"Ministro da Cultura humilha o maior escritor brasileiro vivo no dia em que ele recebe o maior prêmio da língua portuguesa"

O comentarista comete falha ao tentar, mais uma vez, escrever sobre política. Ele escreveu: "Ministro da Cultura humilha o maior escritor brasileiro vivo no dia em que ele recebe o maior prêmio da língua portuguesa", mas o texto correto deveria ter sido: "Maior escritor brasileiro vivo, num ato de extrema falta de educação, critica duramente o governo no dia em que recebe prêmio de 100 mil reais do próprio governo criticado".



Não vou me alongar sobre este assunto "não futebolístico"... alguns comentários deixados na página do comentarista dizem tudo que precisa ser dito neste momento:

"Caro Menon, queira me desculpar, mas o escritor, que você defende, foi, para dizer o mínimo, mal educado. Se tem opinião contrária ao Governo que iria lhe entregar o Prêmio, deveria ter feito como fizeram vários atores e atrizes do cinema americano, que recusaram receber o Oscar, por não concordarem com o sistema usado para escolha. Ele porém, chama o Governo de golpista, na frente do representante desse Governo, mas embolsa o dinheiro. É muita cara de pau."

"Desculpe discordar, mas menos... O ministro da cultura é pessoa muito séria e culta, e apenas respondeu as agressões de um escritor esquisito, que resolveu destratá-lo mas só depois de ter embolsado um gordíssimo cheque de 100 mil reais..."

"O homenageado ultrapassou os limites da educação, compostura e respeito ao momento. Parecia um garoto mimado que foi contrariado. Freire o pôs no lugar com educação e firmeza. As vaias da platéia representam a esquerda intelectualóide, petista que afundou o país. Você estava lá? Não! Eu estava."

Errar é... comentarista


"O não gol de Kayke não tem perdão. Não adianta falar que o juiz é humano."

O comentarista escreveu um artigo criticando duramente o árbitro da partida Red Bull 2 x 3 Santos por ter validado um gol irregular do Santos no final da partida. Sim... realmente a bola: "foi impulsionada com a mão"... de fato: "a bola não ultrapassou a linha"... foi, com certeza, um grande erro. Mas o erro do comentarista é ainda maior! É vergonhoso... principalmente considerando que ele teve 3 horas para decidir o que ia escrever, ao contrário do juiz que teve que tomar sua decisão em frações de segundo.

Ele escreve que o juiz: "não tem perdão"! Meu Deus... o árbitro matou alguém?!?


E fica ainda pior... o comentarista escreve: "Não adianta falar que o juiz é humano". Pois é... o juiz é humano... mas, na visão do comentarista, ele não pode errar como qualquer outro humano. Sabe por que? Na lógica torta do comentarista, ele não pode errar pois: "É juiz porque quer, por livre e espontânea vontade, sem nenhuma pressão", ou seja, só tem o direito de errar, os humanos que não trabalham por "livre e espontânea vontade"! Então... só escravos podem errar?!?


Prosseguindo com seu "raciocínio" ele acrescenta que o juiz: "Ganha em torno de 3 mil reais por 90 minutos", como se pessoas "bem remuneradas" fossem infalíveis. Se isso fosse verdade, como explicar por que comentaristas muito bem remunerados cometem tantos erros?


Para sorte do comentarista, os erros dele são sempre perdoados...




Bolão do azarão


"Timão só empata, São Paulo perde outra e Fogão vence o clássico contra o Mengo"

Hahaha... não dá para resistir... hahaha... o comentarista realmente tem o dom! É impressionante a facilidade que ele tem para errar as previsões até para os jogos mais fáceis! Se, por acaso, você tiver interesse em saber o resultado que NÃO vai acontecer, basta consultar o blog do comentarista. Vamos aos números...

Jogo Palpite Result.
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Corinthians x Santo André 1 x 1 0 x 2
São Paulo x Ponte Preta 1 x 2 5 x 2
Fluminense x Bangu 1 x 1 4 x 0
Botafogo x Flamengo 3 x 1 1 x 2
Tupi x Cruzeiro 2 x 0 0 x 4
Grêmio x Passo Fundo 0 x 1 1 x 0
Internacional x Caxias 1 x 2 1 x 1
Prudentópolis x Atlético PR 0 x 1 2 x 1
Vitória x América RN 1 x 1 2 x 1
Sport x River 2 x 0 2 x 2
Altos x Bahia 0 x 3 0 x 0
ABC x CRB 2 x 1 0 x 0

Ainda mais ridículo do que os palpites errados são os comentários nos mesmos: "Rogério Ceni continua sem vencer no Paulistão", "Jair Ventura comando o Glorioso nesta bela virada sobre o Mengão", "o Tricolor Baiano goleia fácil", etc.



Ainda bem que é engraçado, senão daria pena...

Sempre foi assim...


"Túmulo do futebol?"

O comentarista ficou indignado com a Infraero, responsável pela administração do aeroporto de Cumbica em São Paulo, que "criou dificuldades" para que a torcida do Palmeiras recepcionasse o jogador Borja, o mais novo reforço do time. O comentarista que, normalmente, defende movimentos de esquerda, flerta com idéias comunistas/socialistas, além de sempre se mostrar exageradamente saudosista, acha que ninguém pode impedir a torcida de recepcionar o seu ídolo... de fazer festa onde "der na telha"... é tradição... sempre foi assim! Infelizmente... não é deste modo que a coisa funciona!

No mundo real, temos leis que precisam ser cumpridas... o direito de um acaba quando inicia o direito do outro. Será que o comentarista já se esqueceu o que aconteceu em 2012, no mesmo aeroporto, na "festa" de despedida do Corinthians rumo à disputa do Mundial de Clubes?







Em casos como este, quem arca com o prejuízo? O comentarista?

As imagens já "dizem" o suficiente, mas encerro com o comentário deixado no próprio blog do comentarista, que resume bem o que o "cidadão civilizado" acha destas "festas organizadas":

"Me desculpa nobre jornalista Menon. O que você chama de torcedor neste texto, eu chamo de bandido uniformizado. Sou palmeirense, compro produtos licenciados pelo clube, sou Avanti, - mesmo indo pouco a arena, porque vivo longe - nunca pedi ingresso para o clube, tampouco pedi ajuda para técnico ou para jogador de futebol. Não me senti ofendido quando Paulo Nobre rompeu com as baderneiras chamadas de organizadas. Esses mesmos que vão ao aeroporto aplaudir (os que pertencem as torcidas organizadas), vão também para agredir jogador."

Comentário pobre


"Empobrecido, São Paulo não é páreo para o futebol chinês"

O comentarista ridiculariza o São Paulo por não ter conseguido a contratação do jogador Hernanes, que preferiu aceitar a proposta para jogar China. Zomba o clube dizendo que o time paulista está: "empobrecido" e o rebaixa afirmando que o mesmo: "não é páreo para o futebol chinês". Tolice...

Hernanes ganha cerca de R$825 mil mensais na Itália, o teto salarial do São Paulo é de R$400 mil, o equivalente a 427 salários mínimos, uma pequena fortuna para os padrões brasileiros onde 82% dos jogadores de futebol ganham, acreditem, menos do que R$1 mil. Só o fato do jogador se mostrar disposto a voltar ao time que o projetou pela metade do seu salário atual, já demonstra o "peso" do São Paulo... porém, a proposta da China é "de outro planeta", o jogador está sendo adquirido por R$ 36,5 milhões e receberá um salário equivalente a R$ 1,9 MILHÕES POR MÊS! Proposta impossível de ser superada por QUALQUER clube brasileiro.

Talvez o comentarista possa nos responder: quais são os times brasileiros que não estão "empobrecidos" e são capazes de arcar com o pagamento de quase R$ 2 milhões por mês para um único jogador?

A incoerência não poderia ser mais perfeita


"Seu início como treinador não poderia ser mais perfeito."

"Torneio amistoso na Flórida é uma coisa. Partidas oficiais, valendo pontos, são bem diferentes."
Blog do Cosme Rímoli (05/02/17)

Coerência. Se pelo menos os comentaristas fosse coerentes! É lógico que lemos os artigos dos comentaristas de futebol na esperança de encontrar a melhor opinião sobre o assunto, mas "coerência" é imprescindível. O comentarista tem que ser coerente em suas idéias, não pode mudar de opinião da "noite para o dia"... de um jogo para outro. Vejam este perfeito exemplo de incoerência:

Em 22 de Janeiro, assim que o São Paulo derrotou o Corinthians nos pênaltis e ganhou o Torneio da Flórida, o comentarista enalteceu o trabalho do técnico Rogério Ceni: "Seu início como treinador não poderia ser mais perfeito", e para justificar como aquela "conquista" era importante escreveu: "Fez o seu São Paulo voltar a vencer um torneio internacional. Batendo o River Plate, bicampeão mundial e tricampeão da Libertadores. E, na final, o Corinthians, seu rival mais odiado". Prestem atenção na escolha cuidadosa das palavras para exaltar a conquista: "torneio internacional", "campeão mundial", "tricampeão da Libertadores", "rival mais odiado"... que conquista sensacional, não é mesmo?

Duas semanas depois...

Em 5 de Fevereiro, após a derrota do São Paulo para o Audax na primeira partida do Campeonato Paulista, o comentarista esculhambou o treinador escrevendo: "O 'batismo' de Rogério Ceni. O São Paulo foi atropelado pelo Audax. Vexame...". Ficou pior, em seguida escreveu que Ceni precisa perceber que: "Torneio amistoso na Flórida é uma coisa. Partidas oficiais, valendo pontos, são bem diferentes". Perceberam a diferença? O grandioso "torneio internacional" de duas semanas atrás se transformou no "torneio amistoso na Flórida" onde as partidas, segundo ele, não "valem pontos" (como assim?). Ele acrescenta que: "Rogério sentiu, da pior maneira, o choque da realidade", ou seja, os campeões mundiais e da Libertadores, River Plate e Corinthians, de uma hora para outra, passaram a valer menos que o modesto Audax?



Quem sentiu o choque da realidade? Rogério ou o comentarista?

Coerência! É o mínimo que devemos exigir... será que é pedir muito?

Ainda é cedo... cedo... cedo... cedo...


"Ainda é cedo para dizer isso?"

Pelo jeito nada mudou... 2017 mal começou e o comentarista já repete o comportamento de 2016 e inicia o ano "cornetando" um técnico (veja o texto Fixação). Mas desta vez ele se superou... se "cornetar técnico" fosse esporte, o comentarista teria batido o recorde mundial da modalidade!

Assim que acabou o primeiro jogo oficial de Rogério Ceni como técnico (uma hora depois do término do partida), o comentarista postou em seu blog:

"Rogério como técnico do São Paulo repetirá o fracasso de Falcão no Internacional? Ou ainda é cedo para dizer isso?"

Oh dúvida cruel... uma partida é pouco para "condenar" o técnico ou já posso começar a tocar as cornetas?

Sr. Comentarista, você realmente tem dúvida que ainda é cedo para uma avaliação? Um comentarista "especializado" em futebol com mais de 1 milhão de seguidores em rede social, apenas "desconfia" que uma partida seja pouco para "prever o futuro" de Ceni como técnico? Sério mesmo?



Eu te ajudo: sim, ainda é muuuuuito cedo... tenha um pouco mais de paciência...

Não sei, não quero saber e tenho raiva de quem sabe


"Não sei quanto ganha, mas merece aumento."

Em seu artigo, o comentarista escreveu sobre o Renato, jogador de 37 anos do Santos, fazendo uma porção de elogios: "um jogador clássico, elegante, que desarma bem, passa ainda melhor e que nunca é expulso". Até aí tudo bem... não vamos (nem precisamos) entrar no mérito se os elogios são merecidos ou não... o mais "interessante" (para não dizer bizarro) foi escrito a seguir:

"Não sei quanto ganha, mas merece aumento"


Como assim? Se o comentarista não sabe o salário do jogador, como ele pode saber que o mesmo precisa de aumento? Como ele pode ter uma opinião formada sobre algo que ele não sabe? Digamos que o jogador ganhe 500 mil por mês, ele precisa ter um aumento?


E fica ainda pior:

"O custo/benefício de Renato é fantástico".

Não... fantástico é o raciocínio do comentarista que conseguiu calcular a relação custo/benefício do jogador sem saber uma das variáveis, o custo! Sensacional.

Nestas horas dá até saudade dos comentários da Glória Pires...