2018 ao quadrado

Ufa... 2018 chegou ao fim e assim encerramos a terceira temporada do blog "Comentarista Ao Quadrado". Os comentaristas, como sempre, não pouparam esforços para serem citados aqui no blog, mas 2018 foi mesmo um ano muito difícil para todos, não é mesmo?

Veja o resultado final de 2018:


Parabéns aos campeões e muito obrigado por nos proporcionar pérolas como estas:

"Rildo ainda não foi preso?"

"País do futebol é a Argentina"

"Anotem: Palmeiras e Flamengo na final da Copa do Brasil"

Esta é a classificação geral após 3 temporadas do "Comentarista Ao Quadrado", a disputa pela ponta continua acirrada:


E este é o quadro de medalhas:


Vamos seguir com muita força, trabalhando e torcendo por um 2019 muito melhor para todos nós. Certamente os "especialistas" vão estar ao nosso lado proporcionando muito conhecimento, previsões e, é claro, muita diversão! Até breve...

Obrigado.

Fake x News


"Se você quiser mandar uma carta com a chamada fake news, já existe o selo ideal."


"Pena que tem quem não conhece história ou não a respeita."

O Palmeiras, em parceria com os Correios, lançou um selo em comemoração ao título brasileiro de 2018. Até aí tudo bem, porém a inscrição "DECACAMPEÃO" provocou um novo embate entre os comentaristas. Do lado esquerdo do ringue, dizendo que para fake news: "já existe o selo ideal", o comentarista corintiano... do lado direito, defendendo o respeito à história, o comentarista palmeirense. Quem leva a melhor? Imperdível!



Não é a primeira vez que os comentaristas se enfrentam... ano passado o embate foi sobre o patrocinador do Palmeiras (veja o texto Aos amigos tudo, aos inimigos a lei). E agora? Quem está certo desta vez?

Quanto ao primeiro comentarista a análise é muito simples: para ele a única maneira de existir justiça é concordar com o que ele pensa. Não existe questões polêmicas, não existe "dois lados da moeda", não existe nada para ser discutido, analisado ou decidido... basta que tudo seja do jeito que ele acha e pronto!

Já escrevi bastante sobre isso, veja alguns exemplos:

- Justo é o que eu acho que deve ser
- Justo é o que eu acho que deve ser 2
- O comentarista parece que não tem o que fazer

Deste modo simplista, o raciocínio do comentarista funciona assim: ele acha que os vencedores da Taça Brasil não devem ser considerados campeões brasileiros, então o Palmeiras não é Decacampeão, fim da história. Como uma criança mimada, tampa os ouvidos e começa a cantarolar bem alto. É claro que não é assim que as coisas funcionam no mundo adulto.

O segundo comentarista, ao contrário, age com aparente lucidez... explica que se a decisão fosse dele, não faria a unificação dos títulos (feita pela CBF em 2010), que se fosse obrigatório fazer, mesmo assim não incluiria os títulos da Taça Brasil, mas independente do que ele acha, como foi a CBF que tomou esta decisão, cabe a todos (jornalistas principalmente) acatar a decisão. Parece justo... ele acrescenta que: "jornalista tem o dever de não distorcer por clubismo, ignorância, pedantismo ou achismo".

Uhm... isto nos leva a um importante questionamento:

O jornalista já pesquisou e escreveu um texto à respeito dos motivos que levaram a CBF a fazer a unificação, à toque de caixa, em 2010? Seria interessante entender e divulgar o contexto da época, a "queda de braço" entre a CBF e o clube dos 13, a necessidade de "retaliação" ao São Paulo cujo presidente, Juvenal Juvêncio, não deu apoio a Kleber Leite, candidato da CBF e causou a ira do presidente Ricardo Teixeira, a necessidade ainda maior de "agradar" Palmeiras e Santos para "desmontar" o clube dos 13, etc. Enfim... teria mesmo a CBF "escrito certo por linhas tortas"? Que tal praticar um pouco mais de jornalismo... sem clubismo.

Comentarista óbvio


"Brasileirão ficou óbvio... Tipo Campeonato Espanhol..."

O comentarista, em sua luta incessante pela volta dos "pontos corridos", escreveu um artigo criticando o Campeonato Brasileiro dizendo que o mesmo: "ficou óbvio... Tipo Campeonato Espanhol" que, segundo ele: "começa e todo mundo já sabe que o título ficará com o Real Madrid ou com o Barcelona". Esta comparação está correta?

Não, a comparação é bem "forçada" e a conclusão pior ainda.

Desde 2003 (início dos pontos corridos) tivemos 7 campeões diferentes no Brasil contra apenas 4 na Espanha no mesmo período. Parece pouco? Não é... isto significa 75% a mais... é bastante!

Compare o número de campeões diferentes desde 2003 nos campeonatos nacionais mais importantes do mundo:

7 = Brasil
7 = Alemanha
7 = França
5 = Inglaterra
4 = Itália
4 = Espanha

Ainda tem algo mais importante: na Espanha os dois maiores vencedores (Real Madrid e Barcelona) ganharam juntos quase 90% dos campeonatos disputados, muito diferente do Brasil onde os dois maiores vencedores não ganharam metade disso (45%).

Vejam a grande diferença nos gráficos a seguir:




Segundo o comentarista: "clubes fora do eixo SP-RJ-MG e RS dificilmente chegam entre os quatro primeiros" e propõe como solução, ao invés de atacar a causa do problema, acabar com a decisão por pontos corridos, adicionando uma série mata-mata no final, que privilegiaria não a qualidade dos times, mas sim a sorte, para a definição do campeão. Uma solução absurda... é o "rabo abanando o cachorro".

Na verdade a vantagem dos times de SP, RJ, MG e RS pode ser melhor analisada (entre outros motivos) pela distribuição das cotas de televisão. Veja, por exemplo, como foi no ano de 2018 (valores em milhões de reais):

170 = Corinthians(SP), Flamengo(RJ)
110 = São Paulo(SP)
100 = Palmeiras(SP), Vasco(RJ)
80 = Santos(SP)
60 = Atlético(MG), Botafogo(RJ), Cruzeiro(MG), Fluminense(RJ), Grêmio(RS), Inter(RS)
35 = Athletico(PR), Bahia(BA), Sport(PE), Vitória(BA)
...

É o "princípio Tostines": os times recebem mais porque são mais vezes campeão ou são mais vezes campeão porque recebem mais?!?

Enfim... de óbvio, temos o já conhecido chororô da volta do mata-mata...

Está desculpado


"Ao contrário de muitos de vocês, nunca estive em um time, em um campeonato, em um vestiário."

O comentarista escreveu um artigo criticando uma série de práticas comuns no futebol, usadas para incentivar os jogadores antes das partidas. Segundo ele "preleção, gritos fanáticos, aves marias berradas em milhões de decibéis, etc... são uma bobagem muito grande". Será mesmo bobagem?

Não exatamente... vários estudos já mostraram a importância da chamada "preleção" como ferramenta de ajustes, de finalização, de motivação, de concentração e de mobilização do grupo para o objetivo comum. A preleção é um instrumento comumente usado não apenas no futebol mas também em outros esportes coletivos como basquetebol ou voleibol. O comentarista, no entanto, fez um ressalva muito interessante em seu texto: "como já confessei algumas vezes, nunca tive habilidade alguma em jogo algum" e o mais importante: "ao contrário de muitos de vocês, nunca estive em um time, em um campeonato, em um vestiário". Ah tá... agora está explicado...

Na verdade o comentarista não faz ideia da importância deste tipo de atividade porque não tem conhecimento no assunto sobre o qual está escrevendo. O comentarista ainda escreveu: "por isto, me desculpem". Claro... você está desculpado, mas o certo seria não dar opinião sobre algo que não tem conhecimento, não é mesmo?

Comentarista rebaixado


"Com Felipão o Palmeiras volta pra segunda divisão!"

O comentarista escreveu um artigo criticando duramente a contratação do técnico Luiz Felipe Scolari pelo Palmeiras. Segundo ele: "a verdade é que Felipão está bem ULTRAPASSADO", disse mais: "ele não tem mais paciência pra peitar os caras no vestiário", e ainda pior: "taticamente está perdido". Para encerrar, o comentarista e vidente previu um final catastrófico: "com o Felipão o Palmeiras vai cair". E aí? O comentarista estava certo?

Errado... muito, muito, muito mesmo, errado...

Em menos de 4 meses de trabalho, Felipão conseguiu sair da parte intermediária da tabela e levar o Palmeiras ao título do Campeonato Brasileiro. O Palmeiras com o Felipão fez 54 pontos em apenas 21 jogos, o que deixaria o clube na sétima colocação contra os demais times jogando todas as 38 partidas! Ou seja, Felipão conseguiu com um turno mais dois jogos, fazer mais pontos do que 13 clubes em todos os seus jogos! De quebra, Felipão se tornou o treinador mais velho a conquistar o campeonato mais importante do país.

E quanto à previsão de rebaixamento?

O Palmeiras acabou o campeonato com 80 pontos, quase o dobro dos 42 pontos do Sport (o primeiro dos rebaixados). Considerando apenas os 54 pontos conquistados nos 21 jogos sob o comando do Felipão, o Palmeiras ainda ficaria confortáveis 12 pontos na frente do rebaixamento.

Vexame! Vergonha!


"Eliminação é eliminação"

O comentarista escreveu um texto criticando os técnicos e dirigentes que diante de uma eliminação, preferem enaltecer a boa partida de seu time e: "colocam a culpa no jogo anterior". Segundo o comentarista: "ninguém assume a responsabilidade", "é muita desculpa", para ele: "eliminação é eliminação" e pior, diz que o nome disso é: "vexame, vergonha". O comentarista está errado...

Em primeiro lugar o óbvio... o comentarista reclama das "desculpas" dos treinadores... ora bolas! O que o comentarista queria? Que o técnico chegasse na coletiva de imprensa e dissesse: "perdemos o jogo porque nosso time é mais fraco que o deles, especialmente o nosso goleiro que, conforme temíamos, tomou um frango no segundo gol... o nosso meia é péssimo, só está jogando porque não temos nenhuma outra opção aceitável já que o clube está quebrado"... aí estaria bom? Sem desculpas... direto no ponto... acaba com a auto-estima do time, destrói a carreira de um ou dois, desvaloriza o patrimônio do clube e depois ainda toma "paulada" de todos os comentaristas, incluindo ele próprio e, é lógico, acaba demitido. Você conhece algum empresário com esta franqueza? Tipo: "nosso telefone está fazendo menos sucesso que o rival porque ele é de pior qualidade, tem menos memória e, para dizer a verdade, é bem feio!". Eu nunca vi...


Em segundo lugar o mais sutil... eliminação NÃO É NECESSARIAMENTE sinônimo de "vexame" ou "vergonha". Se ele fala isso, provavelmente, nunca disputou nem campeonato de par ou ímpar! Toda vez que temos um jogo eliminatório, um time passa e o outro é eliminado, simples assim... um continua e o outro é sai... é um jogo, por mais preparado que um time esteja, por mais superior que ele seja, especialmente em se tratando de futebol, ele pode ser eliminado... tratar isto, toda vez, como vexame ou vergonha é de uma simplicidade extrema, rasteira, que não se espera de um "especialista" do esporte.


Complexo de vira-latas babão?


"País do futebol é a Argentina"

O comentarista adora falar mal do futebol brasileiro... é lógico que tem muuuita coisa errada no Brasil, todos nós sabemos, mas o comentarista foi contaminado pelo vírus do "tudo que é de fora é melhor do que o nosso" de um tal modo que, muitas vezes, chega até a ser ridículo. Neste caso, certamente empolgado pela final argentina da Libertadores entre Boca e River, o comentarista escreveu um artigo dizendo que o Brasil não é o país do futebol, na verdade: "país do futebol é a Argentina". Tolice.

Em primeiro lugar, se a final da Libertadores fosse entre o Palmeiras e o Grêmio (o que não faltou muito para ter acontecido), teríamos aqui no Brasil a mesma empolgação que está acontecendo na Argentina, estádios cheios para assistir os treinos, o noticiário só falaria neste assunto, os comentaristas então nem se fala, não é mesmo? Enfim... tudo mais ou menos igual.


Em seguida o jornalista saudosista escreveu: "fomos, por meio século, o país do melhor futebol" mas "hoje somos meros exportadores de pé de obra", ora vejam só que incoerência... então não somos mais o país do futebol mas exportamos jogadores como nunca antes? Por que será que exportamos tanto então? Os outros países gostam de contratar jogadores medíocres? O raciocínio está torto...


Enfim o comentarista tenta diminuir o Brasil dizendo que 41% da população brasileira não se interessa por futebol, omitindo que, por outro lado, 49% dos brasileiros, ou seja, mais de 100 milhões de pessoas, tem interesse médio ou alto pelo esporte. Isto representa uma população maior do que 96% dos países do mundo, 2 vezes e meia a população inteira da Argentina. No total são mais de 30 milhões de praticantes de futebol no Brasil! Se este não for o país do futebol, vai ser o país do que? Do lançamento de aviãozinho de papel à distância?


O comentarista encerrou escrevendo: "não se trata de complexo de vira-latas nem de babação aos estrangeiros"... sei... seria o caso das duas coisas ao mesmo tempo?


Em tempo: foi só o comentarista "encher a bola" da Argentina para, no dia seguinte, a final da Libertadores do "país do futebol" virar vergonha mundial :-(


O "caso Nenê"


"Nenê pode dar certo como um coadjuvante de elenco."


"De aposentado não tem nada. Está jogando muito. É um dos melhores do campeonato."


"Nenê? Dois anos de contrato para um jogador mimado e em fim de carreira?"

Os comentaristas de futebol adoram criticar o trabalho dos outros... jogadores, dirigentes, árbitros, todos são incompetentes... medíocres. Que tal se os comentaristas praticassem um pouco de auto-crítica de vez em quando? Vejam só que curioso este caso... vamos chamar de "caso Nenê":

Momento 1 (Jan-18)


Após uma péssima temporada (2017), o São Paulo anunciou a contratação do jogador Nenê. O comentarista escreveu um artigo criticando duramente a contratação, disse que o jogador estava velho, aposentado, que apesar do salário mais baixo o tempo de contrato (2 anos) era muito longo e que ele não servia para ser reserva do reserva do Cueva, no máximo: "um coadjuvante".


Momento 2 (Jun-18)


O São Paulo estava numa crescente no campeonato brasileiro, ganhou do Atlético Paranaense no Paraná e goleou o Vitória no Morumbi. O comentarista, em êxtase, era só elogios a Nenê: "De aposentado não tem nada. Está jogando muito. É um dos melhores do campeonato. Corre muito. Corre certo. Tem ótima colocação em campo. Dá ritmo ao time e também sabe parar com o ritmo dos rivais. Faz cera, breca o jogo. E tem bola parada.". Sério mesmo? Cadê o Nenê velho, aposentado, que não serve para reserva do Shaylon?


Momento 3 (Nov-18)


Após liderar o campeonato por várias rodadas, o São Paulo caiu demais e ocupa a quinta posição faltando apenas algumas rodadas. O comentarista voltou a criticar o Nenê!!! Disse que Raí errou na sua contratação, reclamou novamente do tempo de contrato, chamou o jogador de: "mimado em fim de carreira" e questiona: "o que fazer com ele em 2019?". Aí eu pergunto: Cadê o melhor jogador do campeonato, aquele que corre muito, tem ótima colocação, dá ritmo, faz tudo certo e ainda é ótimo na bola parada? Cadê o Pelé que o comentarista viu no meio do ano?


Já sabemos que o comentarista errou, só falta decidir em que momento ele errou mais...


Não acerta nem que a vaca tussa


"O Grêmio não será derrotado nem que a vaca tussa"

Sabe a "maldição Mick Jagger"? Sempre que o cantor aparece em um jogo ou demonstra qualquer tipo de apoio a um time, não dá outra: a equipe perde! Pois é... parece que temos um "Mick Jagger brasileiro"! Toda vez que o comentarista "crava" que algum time "já ganhou", a maldição acontece, e o time perde! Por que será que isto ocorre?

O comentarista, mais uma vez, olhou em sua "bola de cristal" e escreveu na véspera de Grêmio 1 x 2 River, partida que eliminou o time brasileiro da Copa Libertadores: "o Grêmio já passou", "nem o mais pessimista torcedor do Grêmio perdeu o sono nesta noite" ou "o Grêmio deverá passar o trator na equipe comandada por Marcelo Gallardo". Sábias palavras, não é mesmo?


Será que ele é tão ruim assim? Motivos para pensar desta forma não faltam... veja, por exemplo, os textos Bolão do azarão, Quem? Quem? Quem? ou Mais um passo foi dado. Ele não sabe da imprevisibilidade do futebol? Não percebeu isso nos "trocentos" anos que acompanha o esporte? Continua errando e mesmo assim não aprende? Pior... não tem vergonha? Mistérios...


Tá anotado


"Anotem: Palmeiras e Flamengo na final da Copa do Brasil!"

Eu anotei... o "especialista futebolístico" Milton Neves profetizou em seu blog: "Palmeiras e Flamengo na final da Copa do Brasil". Deu até suas justificativas: "o Timão historicamente pipoca em decisões disputadas em seu estádio", ou então: "o Verdão está naquela fase igual água morro abaixo, fogo morro acima e mulher bonita quando quer namorar: ninguém segura!". Tolices e mais tolices... se deu mal, muito mal!

O comentarista, no alto da sua humildade, ainda disse: "eu manjo muito desta parada chamada futebol". Hahahahaha... certo... manja muito mesmo... vamos aproveitar e relembrar esta histórica "previsão", na qual ele "conseguiu" errar todos os 12 jogos que palpitou: Bolão do azarão. Merecia música no Fantástico!

Dono da verdade


"O problema está em que só ele e os cruzeirenses viram a falta"

"O Palmeiras foi gravemente prejudicado pela marcação errada da falta e ponto final"

Definição de comentarista: profissional dono da verdade absoluta sobre futebol e de todos os demais assuntos do universo conhecido e desconhecido. Aqui temos mais um caso que confirma definição. O comentarista escreveu dois artigos para trazer a "verdade" para os seus leitores e esclarecer a polêmica marcação de falta no último lance do jogo Palmeiras 0 x 1 Cruzeiro. O "oráculo futebolístico" nos revela: "O Palmeiras foi gravemente prejudicado pela marcação errada da falta e ponto final". O comentarista está certo?

Não... ele está totalmente errado! Mas não com relação à sua opinião sobre o lance. O erro que ele comete é muito maior do que isso... a verdadeira falha é achar que ele é o dono da verdade, a única pessoa capaz de assistir a jogada e emitir um julgamento infalível sobre lance totalmente interpretativo.



No primeiro texto ele diz que: "só o árbitro e os cruzeirenses viram a falta". Erro grave! Muitos comentaristas acharam que ouve falta no lance, alguns exemplos:

- Sálvio Spinola
- Linha de Passe

Alertado por vários leitores de seu blog o comentarista, e detentor da verdade, alegou que estes comentaristas: "são todos cruzeirenses". Ridículo! Em primeiro lugar, até onde se sabe, o Sálvio Spinola torce para Bahia ou Flamengo... quanto ao programa Linha de Passe, TODOS são torcedores do Cruzeiro?!? Que absurdo! Finalmente o mais importante: se comentarista não pode opinar em jogos de "seu time", então por que um certo comentarista corintiano roxo, dono da verdade, escreve tanto sobre o clube de coração?!?

O comentarista se distanciou


"Com o empate na Bahia, o Palmeiras permaneceu vivo na luta pelo título e com o empate contra o Vasco, o Flamengo se distanciou um pouco mais."

Os comentaristas vivem escrevendo artigos sem muita lógica, mas quando resolvem mostrar suas habilidades "matemágicas"... aí a chance de termos textos "sem pé nem cabeça" fica realmente grande. Temos aqui um bom exemplo. O comentarista (e matemático nas horas vagas) faz os cálculos após a rodada 25 do Campeonato Brasileiro e conclui que com os empates nas partidas Bahia x Palmeiras e Vasco x Flamengo: "o Palmeiras permaneceu vivo na luta pelo título" mas, para surpresa de todos: "o Flamengo se distanciou um pouco mais". Como assim?!? O empate do Palmeiras dá mais pontos que o empate do Flamengo?

Obviamente, não faz nenhum sentido! Se tanto Palmeiras quanto Flamengo fizeram 1 ponto, como pode um time permanecer vivo e o outro se distanciar?!?


Veja a classificação ANTES da rodada 25:


1. Internacional 49

2. São Paulo 49
3. Palmeiras 46
4. Flamengo 44

E compare com a classificação DEPOIS da rodada 25:


1. São Paulo 50

2. Internacional 49
3. Palmeiras 47
4. Flamengo 45

Nada mudou... a diferença entre Palmeiras e Flamengo se manteve em 2 pontos, a diferença para o líder continuou sendo de 3 pontos e ambos estão 1 ponto mais próximos do vice-líder.


Vai entender...

O comentarista errou com Carille


"Carille errou com Pedrinho"

Existem muitos profissionais bons, existem outros excelentes, existem verdadeiros gênios... e acima de todos eles temos os comentaristas de futebol! Sabem tudo sobre tudo! Opinam sobre tudo... são especialistas em futebol, psicologia, direito, engenharia, educação, economia, política e, é claro, medicina! É o que temos neste caso, onde o comentarista (e médico fisiologista de plantão) afirmou em seu artigo que Carille: "errou na avaliação de Pedrinho". Segundo ele: "o garoto, rápido e habilidoso pedia passagem e Carille garantia que ele não aguentaria mais que vinte minutos". Será que o texto do "Dr. Comentarista" faz sentido?

Não... e por vários motivos.


Primeiro:


O comentarista ironizou a não titularidade de Pedrinho escrevendo: "Que garoto de 20 anos não aguenta mais que 20 minutos? Só se tiver alguma doença do sono", se esquecendo que, na verdade, o problema é o "garoto" de 20 anos aguentar o ritmo alucinante das partidas de futebol de hoje, competindo com "homens" de 25-30 anos e musculatura extremamente mais definida e forte.


Segundo:


O Carille NUNCA disse que Pedrinho não aguentaria mais que 20 minutos. Na verdade ele disse que o jogador não suportaria o jogo inteiro: "o que está faltando para o Pedrinho ser titular é não termos o jogador por 90 minutos, sei que ele não suporta". Por este motivo, preferia que ele terminasse as partidas ao invés de iniciá-las (veja aqui). De onde o comentarista tirou esta história dos "20 minutos"?!?


Terceiro:


Tá... suponha que Carille tenha errado com Pedrinho... o estranho é que ele saiu, veio o Osmar Loss e o Pedrinho continuou sem jogar a partida toda... aí trocaram o técnico novamente, entrou o Jair Ventura e o Pedrinho segue no banco de reservas...


Impressionante não é mesmo? Será que todos os técnicos erram com Pedrinho?!?


Chato prá "caramba"


"Só um chato para criticar"

O comentarista escreveu que: "o São Paulo é um time emocionante. Um time guerreiro, lutador, que não nega uma gota de suor. Um líder que joga no limite" e acrescentou: "São Paulo é líder novamente, só um chato para criticar"... em seguida ele se apresenta para o "papel de chato" e critica...

"O time tem uma dificuldade enorme em definir o jogo."

"Sofre para vencer."
"Três jogos em que o time venceu bem, não me lembro de outra vitória tranquila."
"Os goleiros não são acima da média."
"Nenê, Reinaldo e Éverton não têm reservas à altura."
"As vitórias do São Paulo trazem alívio e não alegria."

Mas escuta... se um dos líderes do campeonato não tem facilidade para definir o jogo, sofre para vencer e não tem vitórias tranquilas, qual é o time que faz tudo isso? Se o clube que mais partidas ganhou até agora tem todos estes problemas em seu elenco, o que dizer das demais equipes? E mais... se com tantos problemas mesmo assim ganhou tantos jogos, isto não seria um motivo para parabenizar ao invés de criticar? E esta história de que "as vitórias não trazem alegria"?!? Neste caso acho melhor perguntar a opinião dos quase meio milhão de torcedores "masoquistas" que já pagaram (e continuam pagando) para sofrer no Morumbi...


Ele encerrou o artigo dizendo: "falou o chato".


Opa... finalmente o comentarista está certo!!!




Ops... (parte 8)


"A Nike deu a resposta que os intolerantes mereceram"

O comentarista escreveu um artigo parabenizando a Nike pela resposta dada aos intolerantes que não querem ver a empresa de material esportivo apoiando os protestos contra a violência a negros nos EUA. O comentarista gostou tanto da atitude da empresa que até repostou o material da propaganda, sobre a qual ele diz: "a Nike deu a resposta que os intolerantes mereceram". Que bacana não é mesmo? O jornalista só esqueceu do mais importante no jornalismo: checar a veracidade da informação! Erro grave... a "notícia" era fake!

O material reproduzido abaixo NÃO foi produzido pela Nike:




Pontos para reflexão:

- Como pode um jornalista com mais de 45 anos de experiência não desconfiar de uma "propaganda" destas e compartilhar sem verificar a autenticidade da mesma?


- Quando os comentaristas escrevem textos contando as "fofocas" envolvendo jogadores, técnicos e dirigentes, vocês acham que eles confirmam a veracidade das "notícias"?


Em tempo: o comentarista foi avisado do "fora", removeu o artigo com a desinformação e escreveu outro com o título "o blog errou". Menos mal... mas repare que não foi o comentarista que errou... foi "o blog"...


Cientista social? Sério?


"Percebe sua burrice?"

O comentarista escreveu um artigo criticando a enxurrada de mensagens que recebeu discordando da sua opinião à respeito da decisão do Corinthians em desistir de contratar o jogador indiciado por agredir a ex-namorada. Em seu texto, escrito com total arrogância, refuta os diversos pontos de vista dos leitores de seu blog e encerra de modo ofensivo: "será tão difícil entender? Tico, Teco, Tico, Teco...". Pouco interessa se o comentarista está certo ou errado ao aprovar a decisão da diretoria, o mais importante neste caso é a agressividade e absoluta falta de educação do comentarista.

Basta uma olhada rápida na seção de comentários para ficar horrorizado... difícil acreditar que tanta hostilidade partiu de uma pessoa de 68 anos, formada em Ciências Sociais e que tem mais de 45 de experiência profissional.


Inaceitável... vejam só:


"mas sua burrice é tão escandalosa que vou desenhar para você"

"algo que só uma cabecinha arruinada como a sua não percebe"
"a incapacidade é sua"
"percebe a sua burrice?"
"leia aqui, cretino"

Isto foi escrito por um "cientista social"? Sério? Vergonhoso demais...


O leitor "Ariostodo" cansado da já tradicional agressividade do comentarista, escreveu:


"Não é a primeira, nem a segunda, e certamente não será a última vez que leio você replicando seus detratores com agressividade. Será mesmo que precisa ser assim? Você mesmo que, tantas vezes, questiona a agressividade de uns e outros, insiste em reagir da mesma forma? O contraditório é parte da democracia, e você bem sabe disso, Juca. Num país em que já vemos tantas ofensas e discussões fúteis, sobretudo por questões partidárias, será mesmo que, ao menos de quem é difusor de ideias como você, não poderia ser diferente?"


A resposta do comentarista não poderia ter sido pior:


"Sim! Desde que quem comente não me chame de hipócrita, de mentiroso, disso ou daquilo. Porque se bater, leva. Não sou cristão, amigo, não dou a outra face. Pode mesmo ser um defeito."


Desde quando "não ser cristão" é justificativa para agressividade e falta de educação?


Uma outra pessoa não gostou da resposta do comentarista e concordou com o primeiro leitor:


"Ariostoldo tem toda a razão. Sempre notei isso, em várias respostas, mesmo quando não há agressividade nos comentários. Falta de educação, para profissionais com a formação do blogueiro, não tem justificativa. Não é, também, uma questão de religiosidade."


E Ariostoldo, enfim, deu uma lição de civilidade e educação ao comentarista:


"Não sei se é defeito ou qualidade, mas sei que, se você tem consciência, pode melhorar, caso acredite que valha a pena. De qualquer forma, grato pela resposta."


Sensacional... o comentarista deveria pedir desculpas aos leitores e agradecer a Ariostoldo pelo inestimável aprendizado.