Fake x News


"Se você quiser mandar uma carta com a chamada fake news, já existe o selo ideal."


"Pena que tem quem não conhece história ou não a respeita."

O Palmeiras, em parceria com os Correios, lançou um selo em comemoração ao título brasileiro de 2018. Até aí tudo bem, porém a inscrição "DECACAMPEÃO" provocou um novo embate entre os comentaristas. Do lado esquerdo do ringue, dizendo que para fake news: "já existe o selo ideal", o comentarista corintiano... do lado direito, defendendo o respeito à história, o comentarista palmeirense. Quem leva a melhor? Imperdível!



Não é a primeira vez que os comentaristas se enfrentam... ano passado o embate foi sobre o patrocinador do Palmeiras (veja o texto Aos amigos tudo, aos inimigos a lei). E agora? Quem está certo desta vez?

Quanto ao primeiro comentarista a análise é muito simples: para ele a única maneira de existir justiça é concordar com o que ele pensa. Não existe questões polêmicas, não existe "dois lados da moeda", não existe nada para ser discutido, analisado ou decidido... basta que tudo seja do jeito que ele acha e pronto!

Já escrevi bastante sobre isso, veja alguns exemplos:

- Justo é o que eu acho que deve ser
- Justo é o que eu acho que deve ser 2
- O comentarista parece que não tem o que fazer

Deste modo simplista, o raciocínio do comentarista funciona assim: ele acha que os vencedores da Taça Brasil não devem ser considerados campeões brasileiros, então o Palmeiras não é Decacampeão, fim da história. Como uma criança mimada, tampa os ouvidos e começa a cantarolar bem alto. É claro que não é assim que as coisas funcionam no mundo adulto.

O segundo comentarista, ao contrário, age com aparente lucidez... explica que se a decisão fosse dele, não faria a unificação dos títulos (feita pela CBF em 2010), que se fosse obrigatório fazer, mesmo assim não incluiria os títulos da Taça Brasil, mas independente do que ele acha, como foi a CBF que tomou esta decisão, cabe a todos (jornalistas principalmente) acatar a decisão. Parece justo... ele acrescenta que: "jornalista tem o dever de não distorcer por clubismo, ignorância, pedantismo ou achismo".

Uhm... isto nos leva a um importante questionamento:

O jornalista já pesquisou e escreveu um texto à respeito dos motivos que levaram a CBF a fazer a unificação, à toque de caixa, em 2010? Seria interessante entender e divulgar o contexto da época, a "queda de braço" entre a CBF e o clube dos 13, a necessidade de "retaliação" ao São Paulo cujo presidente, Juvenal Juvêncio, não deu apoio a Kleber Leite, candidato da CBF e causou a ira do presidente Ricardo Teixeira, a necessidade ainda maior de "agradar" Palmeiras e Santos para "desmontar" o clube dos 13, etc. Enfim... teria mesmo a CBF "escrito certo por linhas tortas"? Que tal praticar um pouco mais de jornalismo... sem clubismo.

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