E vice-versa


"Uma festa! Uma vergonha!"


"Onze vezes Real Madrid!"

Eu sei que é difícil querer que o comentarista não tenha "má vontade" com a CBF. Basta lembrarmos todo o histórico da confederação, especialmente ao considerarmos os últimos escândalos que envolve em cheio os dirigentes da entidade máxima do futebol no Brasil. Porém, temos sempre que exigir coerência do comentarista, afinal de contas, o mesmo "pau que bate em Chico" também precisa "bater em Francisco". Infelizmente não foi isso que vimos nestes textos.

Ao comentar os jogos do Campeonato Brasileiro, o comentarista dá destaque especial aos erros dos juízes: "só nesta rodada erram cinco vezes em 10 jogos em lances de penalidades máximas", faz comparações sem sentido, ao comparar "alhos com bugalhos": "nossos assopradores de apito se superam à cada rodada, piores que nossos piores jogadores", E encerra explicitando toda sua insatisfação, ironizando a "bagunça" e a "desorganização": "Uma festa! Uma vergonha!".


Porém, ao comentar a final da Liga dos Campeões da Europa, ao contrário, o destaque fica para a partida de futebol: "teve de tudo na final da Liga dos Campeões" e os diversos erros da arbitragem durante a partida, são minimizados, deixados em segundo plano: "Sergio Ramos abriu o placar aos 15 minutos de jogo, em impedimento, daqueles dificílimos, que absolvem o bandeirinha". As falhas em lances capitais acontecem da mesma forma que no Brasil: "no começo do segundo tempo, o juiz inventou um pênalti para o Atlético num lance em que Pepe sobre falta de Fernando Torres", mas o erro não é enfatizado: "mas Griezmann soltou uma bomba, no meio do gol, no travessão". Erros acontecem também na parte disciplinar: "Ramos mereceu ser expulso no fim do jogo e o juiz contemporizou com um mero cartão amarelo", lembrando que, encerrada a partida, ainda tivemos mais 30 minutos de jogo da prorrogação. Disputar a prorrogação com um jogador a menos, seria bem mais difícil, não é mesmo?


Enfim, os inúmeros problemas do futebol brasileiro, devem sim ser mostrados, do mesmo modo que as inúmeras virtudes do futebol europeu, tem mesmo que ser aplaudidos... mas não podemos nunca esquecer do "e vice-versa".

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