A pedra e a vidraça


"Os colchões que te deixaram dormir em paz sem Oficial de Justiça te enchendo o saco"

O narrador Milton Leite em entrevista ao UOL, ao ser questionado sobre o comentarista Milton Neves, disse: "Tenho restrições pelo jeito com que ele encaminha a carreira. Não é como eu encaminhei a minha. Eu acho que publicidade e jornalismo são coisas que não se misturam. Agora, cada um faz o que acha que tem que fazer.". Normal... é a opinião dele... a frase "cada um faz o que acha que tem de fazer" no final diz tudo. Como o narrador mesmo diz: "seeeeegue o jogo!". Não foi o que pensou o comentarista "alvo" da pergunta do UOL... ele, que realmente se gaba de ser "o Pelé do merchan", partiu para o ataque contra o narrador... e de maneira muito baixa.

O comentarista escreveu um artigo, ironicamente intitulado: "Agradecimento ao ótimo narrador Milton Leite", no qual se auto promove como sendo o grande responsável pelo sucesso do narrador e, principalmente, por ter: "podido resolver o sério problema de ordem familiar" quando o narrador estava "desesperado" porque: "temia problemas judiciais, necessitando urgentemente de dinheiro". Segundo o comentarista, nesta época o narrador também teria recorrido aos: "merchans na Jovem Pan".

Antes de mais nada, temos que ressaltar que teria sido interessante que Milton Leite, em sua resposta ao UOL, tivesse assumido que já teve que fazer publicidade nos "momentos difíceis" da sua vida mas que, apesar disso, ele acha que publicidade e jornalismo não devem ser misturados. Sim, seria uma resposta muito melhor... mas convenhamos: quem será que, vez ou outra, não omite um fato de sua vida o qual não sente orgulho de ter feito? Principalmente se este fato foi feito "em um momento de desespero".

Agora, independente deste fato, o comentarista passou dos limites... afinal de contas, ele é ou não o jornalista "rei das publicidades" no Brasil? Ele faz isso porque quer ou faz porque está "desesperado" também? O narrador não pode ser contra a associação jornalismo-propaganda hoje apenas porque no passado ele também fez propaganda? Ou ele não pode ser contra a publicidade porque no passado ele foi ajudado pelo "rei da propaganda"? O narrador não disse que misturar publicidade e jornalismo é crime apenas deu sua opinião... ele foi bem claro: "cada um faz o que acha que tem que fazer".

O mais importante: o comentarista, diariamente, dá a sua opinião sobre todos... jogadores, técnicos, dirigentes, políticos, ... ninguém está "a salvo". Durante a sua carreira o comentarista já deve ter "palpitado" sobre a vida de milhares de pessoas, porém não aceita que outras pessoas façam o mesmo sobre ele? O comentarista pode falar o que quiser, de quem ele quiser, mas para outra pessoa falar dele tem que primeiro pedir autorização? Ser pedra é fácil... o difícil é ser vidraça.



O comentarista escreve no final de seu texto: "Nunca mais cuspa no prato em que gulosamente comeu".

É muita presunção e deselegância...

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