Ô vida dura


"Por que não estudei para ser médico, engenheiro ou advogado?"

O comentarista escreveu um artigo reclamando de sua vida dura como: "jornalista que trabalha com a bola". Ele afirmou que escolheu: "trabalhar com futebol" porque gosta: "mas tem domingo que é duro" e que, naquele dia específico, após sofrer: "vendo jogos desde às 11 horas da manhã", se perguntava: "por que não estudei para ser médico, engenheiro ou advogado?". O texto é esquisito por várias razões...

Antes de mais nada, parece impossível imaginar que o comentarista de 68 anos de idade e 50 anos de carreira, nas mais diversas empresas, como revistas, (Placar e Playboy), TVs (Tupi, Record, SBT, Globo, Cultura, Rede TV, ESPN, CNT), jornais (O Globo, Folha de São Paulo, Lance!), rádios (Rádio América, CBN) e internet (UOL), seja "obrigado" a ficar assistindo partidas de futebol a contragosto. "Nesta altura do campeonato", parece óbvio que, ele assiste as partidas e comenta sobre elas, porque quer.

Em segundo lugar, pensem bem, se fazendo aquilo que escolheu "porque gosta" e o faz por 50 anos, assim mesmo "tem domingo que é duro", o que o faz pensar que caso fosse médico, engenheiro ou advogado a vida seria diferente? Será que para médicos, engenheiros e advogados não existem dias difíceis? Basta colocar o jaleco, capacete ou toga e sair "gritando goooool" todos os dias?

Por fim, já que ele está achando a vida de comentarista de futebol muito dura, aqui vai uma sugestão: ao invés de ficar com arrependimento por não ter estudado medicina, engenharia ou direito, por que não começa a trabalhar com Ciências Sociais, que é a sua formação original?

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