Melhor zero na nota do que prejuízo no bolso


"Leco, presidente do Botafogo"


"Não contávamos com a imensa capacidade do presidente Leco de superar-se na incompetência"

Os comentaristas escreveram artigos criticando o presidente do São Paulo pelo empréstimo do atacante Diego Souza ao Botafogo. O primeiro escreveu sarcasticamente: "Leco, presidente do Botafogo", por considerar que o cessão do jogador foi um ótimo negócio para o Botafogo, o segundo acusou o presidente de: "incompetência". No entanto, as análises dos comentaristas (e estagiários em economia) são totalmente falhas!

Os dois comentaristas baseiam seus argumentos no fato do São Paulo ter pago R$ 10 milhões ao Sport pelo jogador. Isto não pode ser feito. O valor pago pelo atacante no passado é um custo irrecuperável (ou "custo afundado", do inglês, sunk cost) e, como princípio básico de economia e administração, estes custos passados não podem influenciar no processo de planejamento futuro.

Um exemplo:

Uma empresa está desenvolvendo um produto mas, apesar de já ter gasto R$ 10 milhões, o produto ainda não está pronto. Para terminá-lo ela precisa gastar mais R$ 5 milhões e, uma vez pronto, ela receberá R$ 2 milhões pelo mesmo. O que a empresa deve fazer? Resposta: cancelar o desenvolvimento do produto. E os R$ 10 milhões que já foram gastos? Este é o tal custo irrecuperável... já era... o que importa é que a empresa terá que gastar mais R$ 5 milhões para receber apenas R$ 2 milhões, ou seja, além dos R$ 10 milhões já gastos terá mais R$ 3 milhões de prejuízo. Não compensa!

No caso específico do jogador, os R$ 10 milhões do passado são irrecuperáveis, o que precisa ser avaliado são outros itens futuros, como por exemplo:

- Os salários a serem pagos ao jogador (aproximadamente R$ 600 mil por mês) até o final do contrato.
- Benefícios e prejuízos da permanência do jogador no time.
- Vontade do jogador (jogador insatisfeito rende menos).
- Etc

Não é uma "conta" nada fácil porque, tirando os salários, os outros itens são totalmente subjetivos. Poderíamos tentar inverter a pergunta: será que os comentaristas estariam elogiando o presidente do São Paulo numa situação contrária, se ele tivesse aceitado pagar R$ 600 mil por mês pelo empréstimo do Diego Souza até o final do ano? Sinceramente, duvido...

Enfim, às vezes é melhor assumir um erro do passado e, pelo menos, tentar reduzir o prejuízo do mesmo...

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