O comentarista ignorou as regras, xingou o juiz e ainda brigou com o locutor


"A Dilma pisou na linha cobrando um lateral"

O comentarista inicia seu texto com uma pergunta: "Afinal, impeachment é golpe?". Todos nós sabemos que o comentarista acha que sim, um processo de impeachment (ainda que previsto na constituição brasileira) é golpe. 

Para tentar provar que está certo, o comentarista postou um vídeo onde ele faz uma analogia entre a situação política do Brasil e uma partida de futebol. Transforma o povo em torcida, à favor e contra o impeachment, diz que o presidente da Câmara dos Deputados é o atacante que: "já cometeu umas dez faltas dignas de expulsão" mas o juiz só fica dizendo: "estou de olho!" e por aí segue o raciocínio. Bem bolado... porém entre zombarias com pessoas do Superior Tribunal Federal e ataques à Rede Globo (que é tratada como parcial, defensora do impeachment), o comentarista afirma que a presidente Dilma: "é a única que não cometeu ainda uma falta em campo" e que, na analogia futebolística, estaria sendo expulsa de campo porque: "pisou na linha cobrando um lateral" e completa: "uma falta leve".

Errado! O repasse ilegal de verbas de bancos públicos para despesas de custeio (também chamado de "pedaladas fiscais") NÃO é uma falta leve. É uma falta grave, muito grave. Como um leitor de seu blog comentou: "burlar as contas da união no encerramento do exercício fiscal é crime, imoralidade, desonestidade".

Para completar o descalabro, o comentarista justifica a não punição pela "falta" dizendo que 16 governadores também cometeram a mesma falta e não foram punidos. Errado de novo! Isso é uma falácia (veja: falácia tu quoque), um erro não pode ser justificado porque outras pessoas fizeram o mesmo. O comentarista, que é um formador de opinião e tem mais de 350 mil curtidas no Facebook, devia se esforçar para que todos estes casos fossem também punidos e não o contrário.

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