A incoerência não poderia ser mais perfeita


"Seu início como treinador não poderia ser mais perfeito."

"Torneio amistoso na Flórida é uma coisa. Partidas oficiais, valendo pontos, são bem diferentes."
Blog do Cosme Rímoli (05/02/17)

Coerência. Se pelo menos os comentaristas fosse coerentes! É lógico que lemos os artigos dos comentaristas de futebol na esperança de encontrar a melhor opinião sobre o assunto, mas "coerência" é imprescindível. O comentarista tem que ser coerente em suas idéias, não pode mudar de opinião da "noite para o dia"... de um jogo para outro. Vejam este perfeito exemplo de incoerência:

Em 22 de Janeiro, assim que o São Paulo derrotou o Corinthians nos pênaltis e ganhou o Torneio da Flórida, o comentarista enalteceu o trabalho do técnico Rogério Ceni: "Seu início como treinador não poderia ser mais perfeito", e para justificar como aquela "conquista" era importante escreveu: "Fez o seu São Paulo voltar a vencer um torneio internacional. Batendo o River Plate, bicampeão mundial e tricampeão da Libertadores. E, na final, o Corinthians, seu rival mais odiado". Prestem atenção na escolha cuidadosa das palavras para exaltar a conquista: "torneio internacional", "campeão mundial", "tricampeão da Libertadores", "rival mais odiado"... que conquista sensacional, não é mesmo?

Duas semanas depois...

Em 5 de Fevereiro, após a derrota do São Paulo para o Audax na primeira partida do Campeonato Paulista, o comentarista esculhambou o treinador escrevendo: "O 'batismo' de Rogério Ceni. O São Paulo foi atropelado pelo Audax. Vexame...". Ficou pior, em seguida escreveu que Ceni precisa perceber que: "Torneio amistoso na Flórida é uma coisa. Partidas oficiais, valendo pontos, são bem diferentes". Perceberam a diferença? O grandioso "torneio internacional" de duas semanas atrás se transformou no "torneio amistoso na Flórida" onde as partidas, segundo ele, não "valem pontos" (como assim?). Ele acrescenta que: "Rogério sentiu, da pior maneira, o choque da realidade", ou seja, os campeões mundiais e da Libertadores, River Plate e Corinthians, de uma hora para outra, passaram a valer menos que o modesto Audax?



Quem sentiu o choque da realidade? Rogério ou o comentarista?

Coerência! É o mínimo que devemos exigir... será que é pedir muito?

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