Apelô perdeu! (sic)


"Favoritô, perdeu!"

Mais uma vez o comentarista, que adora apelar para "frases de efeito", tenta nos enfiar mais uma delas "goela abaixo". Segundo ele, os atletas brasileiros nunca vencem quando são os favoritos, ou seja, só ganham quando são zebras... assim ele está: "cunhando um doído bordão para nossos esforçados atletas: Favoritô, perdeu!".

Divertido... mas apenas mais uma tolice...

Com este tipo de atitude, o comentarista (que tem mais de 1 milhão de seguidores em rede social) faz um desserviço para o (já tão menosprezado) esporte brasileiro, pois o bordão depreciativo, além de abaixar a auto-estima dos atletas, diminuir a confiança da torcida e afastar potenciais patrocinadores privados, é, ainda por cima, uma grande mentira.

Para dar credibilidade à sua frase, o comentarista cita vários casos de brasileiros que apesar de serem (supostamente) favoritos, acabaram perdendo.

Na verdade:

1. Quem foi que disse que todas as pessoas citadas eram realmente os favoritos? Os profissionais da imprensa brasileira (os comentaristas esportivos principalmente) adoram "aumentar" a expectativa da vitória, criando o favoritismo, para "turbinar" a audiência.

2. Por que os casos contrários (onde os brasileiros favoritos venceram) não foram também citados? Temos muitos exemplos: Arthur Zanetti (2012), voleibol feminino (2012), César Cielo (2008), Robert Scheidt (2004), Torbem Grael (2004), Emanuel e Ricardo (2004), voleibol masculino (2004), etc. É fácil se esquecer das vezes em que a vitória "esperada" acaba acontecendo, mas nunca nos esquecemos de quando é a "zebra" que acontece.

3. Vários casos de medalhas de "surpresas" são, na verdade, casos de absoluto desconhecimento do comentarista (e da imprensa de modo geral) com relação a esportes que (infelizmente) não são acompanhados como deveriam ser. Exemplos: judô, vela, atletismo, ginástica, etc.

4. Por último (mas não menos importante) temos que lembrar que toda vez que uma "zebra" brasileira ganha, por consequência, um favorito de outro país perde. Ou seja, favoritos que perdem não é, como o comentarista afirma, uma exclusividade do Brasil.

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